Por mais atual que possa parecer, hacking já é um assunto debatido há muito tempo. Ainda em 1960, o MIT cunhou os termos ‘hacking’ e ‘hacker’ para se referir a soluções que fossem, de alguma forma, inovadoras na resolução de problemas. 

Esse panorama se transformou ao longo dos anos e, com o tempo, ambas as palavras passaram a carregar uma conotação pejorativa. Porém, essa percepção vem mudando nos últimos anos, principalmente com o surgimento de uma nova disciplina: o hacking ético. 

Para entender o que é um hacker ético, como ele se diferencia de um hacker tradicional e quais as oportunidades de mercado para esse novo segmento, confira nosso conteúdo e fique por dentro do assunto!

O que é hacker ético?

O hacker ético é um profissional com altos conhecimentos tecnológicos que utiliza a sua expertise para, no lugar de invadir sistemas e roubar dados, descobrir quais são as falhas de segurança de uma empresa e promover uma maior proteção de suas informações.

O que diferencia um hacker ético de um não ético é, na verdade, a intenção de seu trabalho: enquanto o primeiro se concentra em promover testes e assegurar a proteção de dados, o segundo vai na contramão e busca invadir sistemas.

Desta forma, esse tipo de hacker abandona a conotação negativa que comumente é destinada ao termo e ressignifica a profissão, trazendo uma nova perspectiva sobre as possibilidades de seus conhecimentos. Um hacker ético é, antes de tudo, um expert em cibersegurança que ajuda empresas a evitar possíveis ataques cibernéticos

Como funciona o hacking ético? 

Os hackers éticos são contratados para invadir sistemas corporativos e, a partir deste processo, descobrir quais são as brechas de segurança que um hacker mal intencionado pode utilizar para roubar os dados de uma empresa. 

Basicamente, o papel de um hacker ético é encontrar falhas e resolver possíveis pontos fracos para evitar invasões do sistema.

Imagine que, antes de sair de férias, você testa todo o nível de segurança de sua casa e confere se não há nenhum espaço vulnerável para invasões enquanto você está fora. De certa forma, é isso que os hackers éticos fazem quando simulam invasões nos sistemas de tecnologia. 

Afinal, conhecendo as brechas e vulnerabilidades, eles aumentam o nível de segurança da infraestrutura de TI e evitam ataques de cibercriminosos.

A segurança dos dispositivos finais utilizados pelos colaboradores é um dos pontos fundamentais na proteção dos dados de uma empresa. Aprenda mais sobre como proteger seus endpoints abaixo:

Hacking ético: principais diretrizes

Para se manterem fiéis ao propósito de proteger a rede corporativa, Os hackers éticos precisam seguir algumas diretrizes gerais Veja as principais: 

  • Apresentação do plano para a empresa ou governo: o hacker ético deve explicar seu plano e obter autorização completa antes de começar o trabalho.
  • Relato das violações: ao encontrar uma brecha, vulnerabilidade ou violação, a boa prática é comunicar de imediato para o cliente. 
  • Confidencial: o sigilo é regra de ouro para o hacker ético. Todos os resultados da sua pesquisa devem seguir um acordo de confidencialidade. 
  • Resolução: ao fim, o profissional que atua como hacker ético tem que deixar o sistema mais limpo do que quando começou o trabalho, sem vestígios de que esteve lá.
Um hacker ético trabalha em prol da proteção de dados e segurança da rede de uma empresa.

O que faz um hacker ético?

Um profissional que atua como hacker ético é responsável pela manutenção de uma estrutura de rede de cibersegurança cada vez mais eficiente. Para tanto, ele mapeia as falhas e as oportunidades de ataques e atua na resolução, aumentando o nível de proteção da rede. 

A seguir, listamos as principais atividades do hacker ético:

Conhecer a infraestrutura de TI

Como um hacker ético, é importante que o profissional busque conhecer a infraestrutura de tecnologia da informação da empresa. Para tanto, se faça algumas perguntas:

  • Como é a estratégia de segurança da informação? 
  • Com qual tecnologia as equipes estão trabalhando? 
  • Quais programas e plataformas os profissionais estão usando?
  • Quais tecnologias estão em vigor, incluindo aplicativos, sistemas operacionais, software e muito mais?

Fazer o mapeamento das falhas e vulnerabilidades

Depois de entender bem a situação, é hora de começar a procurar as vulnerabilidades do sistema. O primeiro passo é tentar passar por todas as soluções de segurança existentes. 

Um ponto importante: o profissional deve garantir que está trabalhando com a versão mais atualizada de qualquer solução.

Executar tentativas de ciberataques 

Após mapear vulnerabilidades e possibilidades de ataques, é hora de invadir toda a infraestrutura de TI que possui brechas. 

Existem muitos sistemas e o processo pode ser desafiador. Por isso, é importante aprender novas habilidades para eliminar qualquer brecha ou ameaça, atualizando os sistemas de segurança e privacidade.

Lembre-se: hacking ético exige aprendizado constante.

Desenvolver planos de proteção 

O hacker ético tem como compromisso desenvolver um plano de ação com foco na proteção contra ataques de cibercriminosos. Essa é a principal contribuição do hacking ético para o gerenciamento de riscos de TI. 

Além disso, é importante que o profissional mostre para os gestores da empresa o diagnóstico, as possibilidades de invasão do sistema e os impactos que poderiam atingir a empresa, caso essas falhas não fossem corrigidas. 

E quais são as skills de um hacker ético?

Para ter sucesso no hacking ético, os profissionais precisam desenvolver um conjunto de habilidades. Entre várias, a principal delas é  ser capaz de pensar como um hacker, operar e antecipar seu próximo passo. 

Além disso, os hackers éticos precisam ter uma série de hard e soft skills:

  • Conhecimento avançado em redes e sistemas de computadores;
  • Habilidade para identificar vulnerabilidades e fraquezas e como explorá-las; 
  • Domínio de linguagens e ferramentas de programação, incluindo SQL, Linux, banco de dados, para criar scripts e programas personalizados;
  • Habilidade de Engenharia Social, para coletar informações sobre os alvos por meio de conversa, pesquisa e observação;
  • Compreensão das tecnologias sem fio: conhecer o funcionamento interno desse modelo de tecnologia e os diferenciais que podem expô-la a vulnerabilidades;
  • Habilidades de rede: entendimento dos conceitos de rede que inclui endereços IP, servidores DNS e protocolos de roteamento; 
  • Capacidade de se comunicar de forma eficaz, tanto com clientes quanto com outros membros de sua equipe.
  • Pensamento crítico e resolução de problemas: o hacking ético exige um identificar os pontos fracos em sistemas e redes de computadores e, em seguida, encontrar maneiras de corrigi-los.

Qual a importância do hacker ético?

O cibercrime é uma grande ameaça para indivíduos, empresas e governos e o número de casos cresce em um ritmo alarmante. Tanto é verdade que, conforme projeções, os danos globais do cibercrime podem custar até US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025.

Diante da ameaça e da exposição ao risco, os hackers éticos têm um papel elementar no fluxo de trabalho das companhias. Isso porque eles trabalham para garantir a segurança dos ativos digitais e das informações processuais das empresas. 

Ao simular ataques e encontrar vulnerabilidades em um ambiente controlado, o hacker ético identifica as possíveis brechas de segurança antes que cibercriminosos possam explorá-las. Neste sentido, o hacking ético é um dos pilares importantes da estratégia de proteção dos dados de uma empresa

Vale destacar que os cibercrimes podem gerar uma série de problemas e possíveis prejuízos para a companhia, como vazamento de dados, multas por ferir os princípios da LGPD e perda de clientes, que deixam de confiar na marca. 

Através do trabalho de um hacker ético, é possível encontrar vulnerabilidades e corrigir falhas de segurança antes que seja tarde demais.

Ethical hacker vs penetration test: quais as diferenças?

Embora semelhantes e, às vezes, usados ​​de forma intercambiável, os conceitos são diferentes. Veja só:

Penetration test: é um tipo de teste de segurança feito por um profissional certificado, contratado para avaliar a força das defesas de segurança cibernética da empresa. O responsável pelo teste de penetração tem acesso a uma certa quantidade de informações privilegiadas e tentará usá-las até encontrar dados confidenciais. Os testes de penetração são feitos para avaliar redes interna e redes externas, aplicativos da web e redes sem fio. 

Ethical hacker: consiste no teste de softwares de uma empresa em todos os seus aspectos, buscando pontos fracos que possam ser explorados por cibercriminosos. Apesar de também utilizar testes de penetração enquanto uma das ferramentas para este procedimento, o hacking ético vai além e coloca à prova toda a teia de segurança de um sistema. 

Como se tornar um hacker ético?

Graças a complexidade de seu trabalho, um hacker ético precisa de uma grande expertise em segurança da informação para desempenhar o papel de intruso e analisar o nível de proteção da infraestrutura de TI. 

Geralmente, por ser contratado por empresas preocupadas com a segurança de seus dados, esses profissionais precisam comprovar seus conhecimentos e experiência de trabalho. 

Mas como isso é feito?

Conheça duas das certificações possíveis para quem deseja se colocar no mercado como um hacker ético:

1. Hacker ético certificado (CEH)

Essa certificação de hacking ético do EC-Council está entre as principais certificações de segurança cibernética exigidas pelas empresas.

O CEH foi projetado para ajudá-lo a pensar como um hacker e desenvolver habilidades em testes de penetração e vetores de ataque, detecção e prevenção.

Requisitos: Para se qualificar para o exame CEH, você precisa de dois anos de experiência profissional em segurança da informação. Você pode dispensar esse requisito concluindo um treinamento oficial do EC-Council. 

2. CompTIA PenTest+

O exame PenTest+ da CompTIA é único porque apresenta perguntas de múltipla escolha e baseadas em desempenho. Ou seja, as questões testam sua capacidade de resolver problemas em um ambiente simulado. 

O exame abrange sua capacidade de realizar testes de penetração em uma variedade de situações, incluindo ambientes de nuvem, híbridos, aplicativos da Web, locais e Internet das coisas (IoT).

Requisitos: não há pré-requisitos obrigatórios, mas a CompTIA recomenda que você tenha de três a quatro anos de experiência em segurança da informação e que domine os materiais abordados nos exames Network+ e Security. 

Existem diferentes certificações possíveis para quem deseja seguir no segmento do hacking ético.

E como a Ingram Micro pode auxiliar na segurança de seu negócio?

Para empresas de pequeno, médio e grande porte, ter uma estratégia de gestão de TI robusta é fundamental. Ao contar com especialistas em segurança cibernética que usam hacking ético, a companhia mantém uma linha de defesa que atua na proteção de informações digitais valiosas

Basicamente, os hackers éticos aprendem como defender e proteger sistemas digitais. Eles usam suas habilidades para manter as informações protegidas contra hackers com intenções maliciosas.

Se a sua empresa busca fortalecer a gestão de cibersegurança, além do hacker ético, é importante investir em soluções tecnológicas de ponta que potencializam a proteção da infraestrutura de TI. Conheça as soluções de cibersecurity da Ingram Micro e conte com o nosso suporte. 

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