A segurança de dados pessoais e corporativos é colocada à prova o tempo todo no ciberespaço. Por isso, a inteligência sobre ameaças, ou threat intelligence, é colocada à prova todo tempo!

Com um grande volume de informações disponíveis na rede, muitos sistemas e ferramentas estão vulneráveis e sem a proteção adequada, por isso, os ciberataques são cada vez mais recorrentes. 

Segundo pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT), publicada no Journal of Data and Information Quality da ACM (Association for Computing Machinery), somente no Brasil, o número de vazamentos de dados aumentou em 493%

Neste contexto, os desafios de segurança da informação são muitos. Por isso, é fundamental que as empresas e órgãos públicos priorizem a construção de uma estratégia eficaz de segurança digital

Assim, a inteligência sobre ameaças, também conhecida como threat intelligence, pode ajudar as organizações a obter um conhecimento valioso sobre essas ameaças. O que possibilita construir mecanismos de defesa eficazes e mitigar os riscos que podem prejudicar seus resultados financeiros e sua reputação. 

As ameaças exigem defesa direcionada, e a inteligência contra ameaças cibernéticas oferece a capacidade de defesa mais proativa e eficaz.

Neste artigo, abordamos alguns dos desafios de segurança e mostramos como e porque a threat intelligence é uma ferramenta relevante nesta jornada.

Continue lendo o artigo! 

O que significa threat intelligence?

Na prática, o conceito de threat intelligence, ou inteligência de ameaças, consiste em um processo único, que envolve a coleta, o processamento e a análise de dados. Isso nos permite identificar e compreender os motivos, alvos e comportamentos de ataque de um ator de ameaça. 

Sendo assim, esta metodologia nos auxilia a tomar decisões de segurança baseadas em dados, de maneira mais rápida, com maior consistência e eficácia. Ou seja, a abordagem deixa de ser orientada por um comportamento reativo para ser proativa, fortalecendo a luta contra os agentes da ameaça.

De acordo com o Gartner, em tradução temos que threat intelligence é o conhecimento baseado em evidências (por exemplo, contexto, mecanismos, indicadores, implicações e conselhos orientados para a ação) sobre ameaças existentes ou emergentes ou perigos para os ativos”

Porque a threat intelligence é tão importante?

Na definição de um ecossistema de segurança da informação, a threat intelligence é uma parte fundamental. Isso porque a metodologia garante uma série de vantagens para as companhias. Veja algumas das principais:

Evita o vazamento e a perda de dados

A implantação de um programa de threat intelligence garante à empresa a otimização do nível de proteção e segurança, já que a metodologia permite identificar ameaças cibernéticas de maneira proativa, impedindo as violações de dados confidenciais e a exposição deles. 

Garante conformidade com a LGPD 

Ao estruturar um programa de threat intelligence, a empresa sabe que está dando um passo importante para assegurar compliance com as diretrizes e exigências da Lei Geral de Proteção de Dados

A conformidade reduz muito as chances de outros problemas, como multas e processos judiciais por descumprimento das normas fixadas. 

Atualização das medidas de segurança

Um programa consistente de threat intelligence oferece às empresas uma metodologia eficaz que visa identificar e analisar as ameaças e os padrões usados pelos hackers.

A partir desse mapeamento, a estratégia consiste em implementar medidas de segurança para se proteger de ataques futuros.

Compartilhamento de informações e orientações sobre os riscos de segurança 

Os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados e inteligentes. Por isso, é fundamental que os profissionais de TI estejam alguns passos à frente. Neste sentido, a threat intelligence é uma ferramenta valiosa

Ao usá-la para monitorar as ameaças cibernéticas, os especialistas em segurança digital têm condições de compartilhar os riscos identificados e as táticas eficazes que exploram

Assim, a comunidade de TI passa a construir uma base de conhecimento colaborativa que fortalece e orienta o trabalho de enfrentamento e combate aos crimes cibernéticos.

Seja estratégico e certeiro com o uso de estratégias e ferramentas de threat intelligence!

O ciclo de vida da inteligência de ameaças

Então, como a inteligência sobre ameaças cibernéticas é produzida? Dados brutos não são a mesma coisa que inteligência.

Na prática, a threat intelligence é o produto que surge de um ciclo de seis partes que envolvem a coleta, processamento e análise de dados e, ao longo dele, novas questões e lacunas no conhecimento são identificadas, nos levando ao estabelecimento de novos requisitos de coleta. 

Conheça as seis etapas do ciclo:

#1 Planejamento e direção

A primeira etapa para produzir inteligência de ameaças acionável é fazer a pergunta certa.

As questões que melhor orientam o desenvolvimento da inteligência de ameaças acionáveis ​​concentram-se em um único fato, evento ou atividade. É importante evitar perguntas amplas e abertas.

Priorize seus objetivos de inteligência com base em fatores, como o grau de aderência aos valores fundamentais da sua organização e o tamanho do impacto que a decisão resultante terá.

#2 Coleta

A próxima etapa é coletar dados brutos que atendam aos requisitos definidos no primeiro estágio. É melhor coletar dados de uma ampla variedade de fontes:

  • Internas: logs de eventos de rede e registros de respostas a incidentes anteriores;
  • Externas: web aberta, dark web e fontes técnicas.

Os dados de ameaças são geralmente considerados como listas de indicadores de comprometimento (IoCs), como endereços IP maliciosos, domínios e hashes de arquivo.

#3 Processamento

Com todos os dados brutos coletados, você precisa classificá-los, organizando-os com tags de metadados e filtrando informações redundantes ou falsos positivos e negativos.

Hoje, até mesmo pequenas organizações coletam dados da ordem de milhões de eventos de log e centenas de milhares de indicadores todos os dias. São muitas informações para analistas humanos processarem de forma eficiente. 

Por isso, a coleta e o processamento de dados devem ser automatizados para começar a fazer algum sentido. Além disso, a automação de processos traz diversas otimizações para a empresa e, também, na experiência do cliente.

#4 Análise

A próxima etapa é entender os dados processados. O objetivo da análise é pesquisar possíveis problemas de segurança. 

Na sequência, é preciso notificar as equipes relevantes em um formato que atenda aos requisitos de inteligência descritos no estágio de planejamento e direção.

A inteligência contra ameaças pode assumir várias formas, dependendo dos objetivos iniciais e do público-alvo, mas a ideia é colocar os dados em um formato que o público compreenda. Isso pode variar de simples listas de ameaças a relatórios revisados ​​por especialistas.

#5 Disseminação

O produto acabado é, então, distribuído aos consumidores. Para que a threat intelligence seja acionável, ela precisa chegar às pessoas certas no momento certo.

Além disso, para que haja continuidade entre um ciclo de inteligência e o próximo, é preciso rastrear esse movimento, garantindo o aprendizado. Para tanto, use sistemas de tíquetes que se integram com os demais softwares de segurança, a fim de monitorar cada etapa do ciclo de inteligência

Assim, cada vez que uma nova solicitação de inteligência surge, os tíquetes podem ser enviados, redigidos, revisados ​​e preenchidos por vários colaboradores em uma única plataforma.

#6 Feedback

A etapa final é quando o ciclo de inteligência fecha o círculo, relacionando-se com a fase inicial de planejamento e direção. 

Depois de receber o produto de inteligência acabado, quem fez a solicitação o analisa e determina se suas perguntas foram respondidas. 

Isso direciona os objetivos e procedimentos do próximo ciclo de inteligência, garantindo a continuidade do monitoramento de ameaças.

3 tipos de threat intelligence

Como vimos na definição do ciclo de vida da inteligência de ameaças, o produto final terá uma aparência diferente, dependendo dos requisitos iniciais, das fontes de informações e do público-alvo. 

Por isso, a inteligência costuma ser dividida em três subcategorias, orientadas por esses critérios. Veja só:

Threat intelligence estratégica:

  • Apresenta tendências mais amplas normalmente destinadas a um público não-técnico, fornecendo uma visão geral do cenário de ameaças de uma organização;
  • Visa orientar as decisões de alto nível tomadas por executivos e stakeholders;
  • Geralmente, o conteúdo é apresentado por meio de relatórios ou briefings, entregando insights sobre áreas;
  • Os riscos apontados estão associados a certas linhas de ação ou padrões gerais nas táticas, que podem se tornar alvos do ator da ameaça. É possível apontar eventos e tendências geopolíticas.

Threat intelligence Tática:

  • Descreve esboços das táticas, técnicas e procedimentos dos atores da ameaça para um público mais especialista;
  • Deve ajudar os profissionais a entender, em termos específicos, como sua organização pode ser atacada e as melhores maneiras de se defender ou mitigar esses ataques; 
  • Costuma apresentar um contexto técnico, sendo usada pelos profissionais diretamente envolvidos na defesa de uma organização, como arquitetos de sistemas, administradores e equipe de segurança.

Threat intelligence Operacional:

  • Consiste na entrega de detalhes técnicos sobre ataques cibernéticos, eventos ou campanhas específicas;
  • Fornece percepções especializadas que ajudam as equipes de resposta a incidentes a compreender a natureza, a intenção e o momento de ataques específicos.
Tenha um parceiro de threat intelligence sempre ao seu dispor — entre em contato conosco e revolucione a segurança de seus dados!

Com tantas ameaças cibernéticas, a threat intelligence é um instrumento de cibersegurança estratégico, que ajuda as organizações a obter as informações de que precisam proteger sua infraestrutura de TI e seus dados empresariais.

Para acompanhar você nesta jornada, a Forcepoint oferece um amplo portfólio, com as melhores soluções de cibersegurança do mercado. Elas permitem o gerenciamento 360° de sistemas, redes e infraestrutura de TI.

Dessa maneira, sua empresa se mantém um passo à frente, como uma tecnologia de ponta e segurança máxima, garantindo a proteção dos dados. Assim, é possível evitar vazamentos e outros crimes cibernéticos, reduzindo as chances de prejuízos de financeiros e de reputação à marca.

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Alexandre Nakano

Alexandre Nakano

Diretor de Segurança e Networking da Ingram Micro Brasil. A frente da diretoria de novos negócios para a área de Enterprise, Colaboração e Cybersec na Ingram Micro Brasil, possui mais de 20 anos no mercado de tecnologia e esteve sempre em cargos de gestão e direção de vendas em grandes empresas do setor de TI. Tem, em seu currículo, passagem por empresas como Cisco Systems, Cyclades/Avocent, Westcon/Comstor e Scansource/Network1. Além da experiência profissional, traz na bagagem acadêmica dois MBAs executivos, o primeiro em gestão corporativa pela FGV, o segundo em finanças, pelo Insper, além da graduação em Engenharia Eletrônica.