A infraestrutura de tecnologia das empresas é vulnerável. Ainda que as organizações invistam em uma forte estratégia de segurança de dados e informações, qualquer um pode ser alvo e se tornar vítima de crimes cibernéticos. 

Hackers, ameaças internas, ransomwares, phising e outros perigos estão na rede. Com isso, empresas de todos os setores, incluindo instituições educacionais e de saúde, bancos, escritórios de advocacia e organizações governamentais, vêm buscando maneiras de intensificar a proteção de dados

Diante da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados, que começou a ser aplicada em 18 de setembro de 2020, essa demanda é ainda mais latente. Ainda que as multas sejam emitidas apenas a partir de agosto de 2021, o desafio agora é construir uma política corporativa de segurança de dados e, assim, garantir conformidade com a LGPD.  

Neste artigo, apresentamos boas práticas que podem eliminar riscos e manter seus dados empresariais seguros. Confira a seguir!

Estratégia de segurança de dados: o que é e porque aplicar?

Uma estratégia de segurança de dados conta com diversas práticas e ferramentas que garantem que informações internas, de fornecedores e sobre clientes não caiam em mãos erradas. Quando bem aplicada e traçada, essa estratégia reduz gastos, agrega valor a sua empresa e, consequentemente, aumenta sua receita.

O movimento em busca de uma governança corporativa eficaz, que garanta a proteção de dados, é global. Somente em 2018, mais de 60 países em todo o mundo promulgaram ou propuseram leis pós-modernas de privacidade e proteção de dados, após a introdução do GDPR no Reino Unido. 

Com isso, o Gartner estima que, em 2023, 65% da população mundial terá suas informações pessoais cobertas por regulamentações modernas de privacidade. Hoje, o percentual é de apenas 10%. Definitivamente, essa é uma estratégia que precisa estar implantada na sua companhia. 

A segurança de dados consiste em método de proteção de arquivos, bancos de dados e contas em uma rede. Dessa maneira, é possível avaliar e reduzir o risco que resulta do armazenamento de dados empresariais.

O sistema adota um conjunto de controles, aplicativos e técnicas que identificam a importância de diferentes conjuntos de dados, a vulnerabilidade e os requisitos de conformidade normativa. Na sequência, as proteções necessárias são aplicadas. 

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Ao definir uma política de privacidade, a empresa aprende a lidar e gerenciar alguns problemas, como permissões aplicadas ao acaso e dificuldade em saber quem está acessando o quê.

Neste contexto, implantar um modelo de segurança centrado em dados é uma maneira prática de abordar essas e outras questões relevantes.

A tríade da segurança de dados

Para construir uma política de segurança de dados consistente e eficaz, é importante que a área de TI das organizações considere três atributos essenciais. São eles que orientam a análise, o planejamento e a implementação dos processos de proteção de dados empresariais. 

Conheça os três pilares da tríade da segurança de dados: 

Confidencialidade

É preciso definir medidas capazes de impedir que as informações confidenciais cheguem às pessoas erradas. Do mesmo modo, elas devem garantir que apenas pessoas autorizadas possam acessá-las.

Integridade

O desafio é manter a consistência, precisão e confiabilidade dos dados ao longo de todo o seu ciclo de vida. Os dados empresariais não devem ser alterados no tráfego ou armazenamento, nem podem ser vazados. Por isso, é importante definir medidas como permissões de arquivo e controles de acesso do usuário.

Disponibilidade

A disponibilidade dos dados é igualmente indispensável e pode ser garantida com os reparos imediatos de hardware e a atualização dos softwares, deixando os sistemas livre de conflitos.

8 boas práticas de proteção de dados

Boas práticas garantem a segurança de dados da sua empresa e a tranquilidade de seus colaboradores.

Se você ainda não sabe por onde começar a aprimorar sua política de segurança cibernética, é hora de entender como fazer isso. A seguir, listamos 8 das principais tendências de proteção de dados e as técnicas mais recentes:

#1 Construa uma política hierárquica de segurança cibernética

Ao definir uma política de segurança de dados, a empresa passa a contar com um guia formal que reúne todas as medidas necessárias para manter a infraestrutura corporativa de TI e de dados protegida. 

Ele permite que seus colaboradores e especialistas em segurança compreendam a importância das boas práticas de segurança de dados, oferecendo regras claras e aplicáveis no dia a dia.

Contudo, vale lembrar que a realidade dos departamentos é diferente. Portanto, o ideal é ter uma política de segurança centralizada como uma diretriz básica para toda a empresa. A partir daí, permita que os departamentos criem suas próprias políticas de segurança com base na política central.

#2 Adote uma abordagem baseada na análise de risco

Cada setor lida com riscos específicos e ocultos. Por isso, focar esforços apenas na conformidade regulamentar padrão pode ser insuficiente para proteger os dados empresariais.

É fundamental prestar atenção aos riscos que sua empresa enfrenta e entender como eles afetam os resultados financeiros. Neste sentido, a melhor ferramenta de apoio é a avaliação de risco completa. 

Com a avaliação de risco você evita problemas e dores de cabeça, como:

  • Multas por não conformidade com os regulamentos;
  • Custos com vazamentos e violações em potencial;
  • Perdas por processos ausentes ou ineficientes.

Na prática, uma avaliação de risco completa ajuda a organização a priorizar suas medidas de segurança e ajustar sua estratégia para que ela atenda aos resultados financeiros da empresa da melhor maneira possível.

#3 Faça backup de dados

Com o advento do ransomware, ter um backup completo e atual de todos os seus dados da companhia é decisivo para garantir os três atributos da segurança da informação. 

Integridade e disponibilidade, principalmente, podem ser asseguradas com a realização de backups regulares. Aliás, essa é uma das práticas de proteção de dados que ganhou relevância crescente nos últimos anos.

Na prática, é preciso se certificar de que os backups estão totalmente protegidos, criptografados e são atualizados com frequência. Além disso, também é importante dividir a tarefa de backup entre várias pessoas para mitigar ameaças internas.

Para gerenciar os backups com sucesso, você pode contar com o apoio de empresas de segurança da informação. Elas fornecem serviços de backup em nuvem que facilitam muito a gestão e a proteção de dados. 

#4 Use a autenticação multifator

Explorar as configurações de identificação multifatorial na maioria dos principais serviços de e-mail e rede é simples e fornece uma camada extra de proteção de dados.  

Essa é uma ótima maneira de dificultar o acesso aos dados empresariais. De acordo com as empresas de segurança da informação, o ideal é usar o número de celular dos funcionários como uma segunda forma de autenticação. Afinal, é improvável que cibercriminoso tenha o PIN e a senha do dispositivo.   

Além disso, também é possível usar a impressão digital ou a voz do usuário neste tipo de autenticação. Assim, os hackers ficam praticamente sem chance de fazer login na rede corporativa.

#5 Avalie a implantação da segurança biométrica

Hoje, a implementação da biometria é a principal prática para garantir a segurança de dados da sua empresa.

A biometria garante autenticação rápida, gerenciamento de acesso seguro e monitoramento preciso dos funcionários. Para verificar as identidades dos usuários, antes de fornecer acesso aos ativos da companhia, você pode usar uma série de recursos. Reconhecimento de voz, varredura de impressão digital e biometria da palma da mão são algumas das opções que permitem confirmar se os usuários são, de fato, quem afirmam ser.

Na autenticação multifator, a biometria já se tornou uma parte essencial da verificação. Mas é possível ir além e usar a tecnologia para acompanhar as movimentações do usuário em tempo real.

A biometria comportamental analisa a maneira como os usuários interagem com os dispositivos de entrada. Se um comportamento anormal é detectado, uma ferramenta envia um aviso ao sistema de segurança para que a equipe de TI possa reagir imediatamente. 

Esse monitoramento é feito de três maneiras: usando a dinâmica de pressionamento de tecla, a dinâmica do mouse e a biometria do movimento dos olhos. Assim, qualquer ação diferente do padrão do usuário é identificada.

#6 Fique atento aos privilégios

Para assegurar a proteção de dados, adote o princípio do menor privilégio. Ou seja, atribua a cada nova conta o menor número possível de privilégios e aumente os privilégios apenas se necessário. 

Além disso, sempre que o acesso a dados confidenciais não for mais necessário, lembre-se de excluir todos os privilégios correspondentes de imediato.

Vale destacar que os usuários privilegiados têm todos os meios necessários para roubar os dados empresariais sem serem notados. Na prática, para minimizar esse risco e aumentar a proteção de dados, você pode adotar algumas práticas simples, mas eficientes:

  • Limite o número de usuários com privilégios adotando o princípio do menor privilégio;
  • Certifique-se de que as contas privilegiadas sejam excluídas imediatamente sempre que o colaborador for desligado do projeto ou da empresa;
  • Empregue soluções de monitoramento da atividade do usuário para registrar todas as ações realizadas dentro de sua rede.

#7 Faça um filtro nos dados coletados e elimine dados antigos

Hoje, com a LGPD em vigor, ter dados empresariais e de clientes é sinônimo de responsabilidade. Portanto, tenha em mente que você não precisa coletar dados desnecessários e aumentar o risco e a vulnerabilidade da sua infraestrutura de TI. 

A ideia de que quanto maior o volume de dados maior é a vantagem competitiva ficou no passado. Coletar qualquer informação além da quantidade mínima de dados necessários é perigoso. Afinal, uma invasão na rede corporativa pode destruir a imagem da marca e gerar um prejuízo financeiro alto. 

Para reduzir a exposição ao risco, faça uma análise do processo de coleta de dados, buscando entender porque cada um deles é necessário.

Outra medida importante, para fortalecer a segurança de dados, é fazer uma limpeza dos dados antigos

Como os dados da sua rede não podem ser comprometidos, a melhor alternativa para reduzir a chance de problemas é eliminar as informações antigas. As empresas de segurança da informação oferecem sistemas que fazem o rastreamento dos dados não acessados há anos. Uma vez feita a identificação, estes são arquivados automaticamente.

#8 Conscientize seus funcionários

Os funcionários são a chave para proteger os dados empresariais. A companhia precisa do cuidado deles. Por isso, é fundamental investir em um projeto de conscientização sobre as boas práticas de segurança de dados.

Os hackers usam técnicas de phishing, como e-mails de spam e chamadas telefônicas, para descobrir informações sobre funcionários. Assim, eles podem obter as credenciais dos usuários ou infectar sistemas com malware.

Portanto, você precisa adotar uma estratégia de defesa que consiste, basicamente, em duas etapas:

  • Obtenha um filtro de spam devidamente configurado e certifique-se de que o spam mais óbvio seja sempre bloqueado;
  • Eduque seus funcionários sobre as técnicas populares de phishing e as melhores maneiras de lidar com elas.

Ao orientar seus profissionais, mostre a eles exemplos de violações de segurança na vida real, suas consequências e a dificuldade do processo de recuperação. Além disso, destaque os riscos, as ameaças e as possíveis perdas financeiras diante de um ataque cibernético.

Aumente a conscientização sobre as ameaças cibernéticas que sua empresa enfrenta e como elas afetam os resultados financeiros. Na abordagem, aproveite para mostrar também a importância de cada medida de segurança e pedir feedback e sugestões sobre o atual sistema de segurança corporativa.

A eficiência máxima da segurança de dados só é atingida por meio de alinhamentos internos em conjunto com ferramentas de alta tecnologia!

Quando a empresa treina todo o time, ela aumenta sua defesa, diminuindo a exposição aos riscos e ameaças cibernéticas. Os casos de negligência e erros dos colaboradores se tornam menos frequentes. Esse é um investimento com retorno certo.

Tanto é verdade que as pessoas já estão muito mais conscientes das ameaças cibernéticas. De acordo com o relatório de investigação de violação de dados da Verizon, 73% das pessoas não clicaram em um único e-mail malicioso em 2017. Já o estudo de 2019 mostra uma taxa de cliques de apenas 3% para ataques de phishing em 2018.

Além de considerar essas boas práticas, na hora de construir a estratégia corporativa de segurança de dados, você pode buscar o suporte de empresas de segurança da informação. Elas têm as melhores soluções para assegurar a confiabilidade, a integridade e a disponibilidade dos dados empresariais. 

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Alexandre Nakano

Alexandre Nakano

Diretor de Segurança e Networking da Ingram Micro Brasil. A frente da diretoria de novos negócios para a área de Enterprise, Colaboração e Cybersec na Ingram Micro Brasil, possui mais de 20 anos no mercado de tecnologia e esteve sempre em cargos de gestão e direção de vendas em grandes empresas do setor de TI. Tem, em seu currículo, passagem por empresas como Cisco Systems, Cyclades/Avocent, Westcon/Comstor e Scansource/Network1. Além da experiência profissional, traz na bagagem acadêmica dois MBAs executivos, o primeiro em gestão corporativa pela FGV, o segundo em finanças, pelo Insper, além da graduação em Engenharia Eletrônica.