Pentest: o que é, como funciona e por que investir?
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Em um mundo com cibercrimes cada vez mais sofisticados, a segurança da informação tem se tornado um desafio para as empresas. Neste cenário, adotar o pentest (teste de penetração) é uma das melhores maneiras de garantir a segurança da sua companhia.
De acordo com um estudo da Check Point Research, inclusive, houve um aumento de 30% nos ataques cibernéticos globais no segundo semestre de 2024. Na prática, este é um método extremamente eficaz na tarefa de identificar e explorar as vulnerabilidades de TI, impedindo que os cibercriminosos se aproveitem das fraquezas da sua rede.
Por isso, ao longo deste artigo, apresentaremos o que é o penetration test, como ele funciona, os principais tipos e os benefícios desta prática. Saiba como reforçar, de forma definitiva, os alicerces da segurança digital na sua organização.
O que é um pentest?
O penetration test – teste de penetração, em sua tradução – é um método de segurança cibernética que permite simular um ataque real a sistemas de informação, a fim de identificar vulnerabilidades. Com isso, é possível mapear e corrigir falhas antes que os cibercriminosos indivíduos possam explorá-las.
Para realizar o pentest, os especialistas – conhecidos como ‘pentesters’ – utilizam técnicas e ferramentas específicas idênticas às que hackers reais usariam. Isso inclui, também, scanners de vulnerabilidade cracking, frameworks de teste de intrusão, que simulam ataques de diferentes tipos e complexidades.
Na prática, as fraquezas que podem ser detectadas pelos ‘pentesters’ vão desde configurações inadequadas até falhas de softwares e problemas de hardware. Assim, ao detectar essas fraquezas, a equipe de TI da empresa pode consertá-las, a fim de mitigar riscos e garantir uma infraestrutura de TI muito mais segura.
Para que serve o pentset?
Com o pentest, a empresa detecta as vulnerabilidades e avalia o sistema de segurança interno. Este método garante a conformidade com as regulamentações, principalmente no que diz respeito à LGPD, além de proteger os ativos e reduzir riscos.
Embora o investimento em ‘pentesters’ possa ser alto, a adoção desta prática é essencial. Isso porque se for vítima de ataques cibernéticos, a empresa pode sofrer um alto prejuízo financeiro e interrupções operacionais que impactam na continuidade do negócio.
De outro modo, um ciberataque corporativo e as exigências de resgate tendem a gerar danos irreparáveis à reputação da marca.
Tipos de pentest
Atualmente, existem três tipos de abordagens diferentes de pentest. Vale ressaltar que a utilização do método varia conforme o nível de informação que a equipe tem sobre o sistema alvo. Confira cada um deles, a seguir:
Teste de caixa preta
Esta é a melhor maneira de avaliar a segurança da rede externa da empresa e entender quais portas e serviços estão expostos. Ele geralmente ocorre quando o testador tem pouca ou nenhuma informação sobre o sistema alvo e, para realizá-lo, o ‘pentester’ se comporta como invasor externo, tem como alvo uma superfície exposta.
Aqui, o objetivo é testar a resistência da superfície de ataque exposta, seja ela na internet ou em outros canais públicos. Nesse caso, o especialista utiliza ferramentas de escaneamento e técnicas de coleta de dados para mapear a rede, detectar portas abertas, serviços e sistemas vulneráveis, além de medir o tempo necessário para que um atacante externo consiga localizar as falhas e comprometer o sistema.
Teste de caixa cinza
Este é um tipo de teste intermediário, muito útil para simular ataques por parte de um insider (agente interno) ou um hacker (atacante externo), que tenha acesso inicial limitado ao sistema.
Para realizar esta abordagem, o especialista pode utilizar dados como uma lista de usuários ou contas de níveis mais baixos – o que permite verificar vulnerabilidades dentro do sistema, mas sem acesso total à infraestrutura interna digital. Assim, é possível confirmar quais os pontos precisam ser reforçados.
Teste de caixa branca
Neste tipo de teste, o especialista possui um nível máximo de informações sobre o sistema, que inclui código-fonte, acesso de administrador à infraestrutura e a documentação técnica interna. Portanto, é uma abordagem mais profunda e detalhada, que permite ao profissional identificar vulnerabilidades mais complexas, como falhas no código, erros ocultos, entre outros.
O teste da caixa branca é o mais indicado para identificar problemas de segurança que exigem uma visão profunda do sistema. Ele ajuda, também, a detectar falhas de segurança mais difíceis de localizar, como erros em APIs ou vulnerabilidades específicas no código.
Quais são as etapas do pentest?
A realização do pentest envolve diferentes etapas que ajudam a garantir a eficiência do processo. Isso inclui pontos como:
- O planejamento e definição do escopo;
- O discovery, que coleta de informações sobre o alvo;
- o scanning, que consiste na busca de vulnerabilidades conhecidas;
- A exploração, que aborda as falhas do sistema;
- Os relatórios que documentam as vulnerabilidades.
A seguir, explicamos detalhadamente cada etapa.
- Planejamento
Esta é a primeira fase pautada pela definição do escopo do pentest, onde são identificados quais os sistemas e aplicações serão testados. Além disso, é feito o planejamento dos métodos de ataques permitidos e as áreas excluídas, assegurando que ele seja realizado de maneira controlada, evitando impactos indesejados.
- Discovery
É a fase de coleta de informações sobre o alvo, usando fontes públicas e privadas. Aqui, o objetivo é mapear o ambiente da empresa, identificando os endereços IPs, serviços e sistemas operacionais, e as potenciais brechas de segurança.
- Scanning
Com auxílio de ferramentas automatizadas, nesta etapa, o profissional realiza varreduras em portas, serviços de execução e configurações de segurança. O objetivo é detectar as vulnerabilidades do sistema e as falhas que podem ser exploradas posteriormente.
- Exploração
Aqui, o especialista tenta explorar as vulnerabilidades já encontradas, a fim de obter acesso não autorizado aos sistemas ou dados sensíveis. Isso inclui, ataques específicos, como SQL injection, XSS ou outras técnicas, dependendo das falhas identificadas.
- Relatório
Na última etapa, é produzido um relatório detalhado, onde as vulnerabilidades descobertas são documentadas, além dos métodos usados para explorá-las e as recomendações de mitigação. Com esse relatório, a equipe de TI pode corrigir as falhas e aprimorar a proteção do sistema.
Quais são os benefícios do pentest?
O uso do “penetration test” pode trazer vantagens significativas para qualquer organização. Além de melhorar a segurança ao identificar e corrigir vulnerabilidades, ele proporciona o aumento da confiança de clientes e parceiros, demonstrando compromisso da proteção de dados.
Entre outros benefícios, é possível destacar, também:
- Melhora da segurança: ele permite que a empresa identifique e corrija as vulnerabilidades antes que elas sejam exploradas por indivíduos mal-intencionados. Com isso, a proteção do sistema é reforçada e os dados sensíveis ficam mais protegidos, reduzindo brechas.
- Aumento da confiança: a realização regular do pentest mostra que a companhia possui um sério compromisso com a segurança, o que aumenta a confiança dos clientes, parceiros e stakeholders, em relação à proteção contra ciberameaças.
- Conformidade regulatória: os testes de segurança do pentest garantem a conformidade com as leis que envolvem a proteção de dados sensíveis, principalmente a LGPD, o que evita problemas legais para as empresas.
- Redução de custos: ao identificar vulnerabilidades de maneira precoce, com o teste de penetração, a empresa evita ataques cibernéticos, vazamento ou sequestro de dados (ransomware), que poderiam levar a grandes perdas financeiras, além dos danos à reputação.
Como vimos até aqui, o penetration test é uma prática fundamental para fortalecer a estratégia de segurança digital nas empresas. Por meio desta abordagem, os especialistas conseguem detectar e corrigir vulnerabilidades que antes poderiam ser exploradas para enfraquecer a rede, e facilitar os ataques cibernéticos.
Na prática, ele ajuda as organizações a proteger dados sensíveis, garantindo a continuidade dos negócios e mitigando os riscos proporcionados pelas ameaças cibernéticas. Quando bem efetuado, o teste também detecta falhas em sistemas críticos, aplicações e infraestruturas de TI, viabilizando a correção de imediato.
Portanto, para evitar que sua empresa fique exposta aos riscos de ciberataques, investir em pentest é uma excelente abordagem. Assim, o gestor de TI fortalece a gestão de cibersegurança e protege os ativos empresariais, aumentando a margem de proteção da infraestrutura de TI.
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