Tecnologia nos jogos da Copa: veja o que mudou!
Uma copa de estreias: é assim podemos definir a 22ª edição da Copa. Realizada desde 1930, pela primeira vez em sua história, a competição tem como sede um país do Oriente Médio, o Catar. Além disso, diferente de outras edições, o período de realização do evento também mudou.
Isso porque nos meses de novembro e dezembro, o país, conhecido por ser muito quente, tem temperaturas mais amenas.
No entanto, essas não são as únicas novidades, a Copa está inovando também na adoção de tecnologia nos esportes. Estádio climatizado, bolas equipadas com sensores e maior acessibilidade são apenas algumas das novidades desta edição.
Porém, o Catar não é o primeiro país a adotar o uso de tecnologia na Copa. Saiba como foi a evolução da tecnologia nos jogos da Copa neste artigo!
Tecnologia nos esportes: o que mudou com o passar do tempo?
O uso da tecnologia nos esportes divide opiniões. No entanto, ela se torna cada vez mais presente em grandes eventos esportivos, que dependem de informações corretas e milimetricamente precisas. Ou seja, a tecnologia passou a desempenhar um papel fundamental nas partidas de futebol, auxiliando na superação de limitações humanas.
Antes, lances polêmicos como o “la mano de Dios”, o famoso gol de mão do jogador argentino Maradona contra o time da Inglaterra, passavam batido. Hoje, eles não escapam. Isso porque, além dos árbitros em campo, os jogos contam com o suporte das ferramentas tecnológicas, como as câmeras de monitoramento e o VAR (Video Assistant Referee).
E não é só em campo que a tecnologia nos esportes se faz presente. Além de contribuir para o monitoramento de partidas, ela pode ser usada também na construção de estratégias e até mesmo no desenvolvimento dos atletas.
Dentre as principais mudanças, podemos destacar as seguintes:
Equipamentos de esporte
A chuteira, que antes era um calçado com travas de metal e pregos de sustentação, hoje tem um formato anatômico que se ajusta ao pé do jogador. A camisa também é confeccionada para melhorar a transpiração e controlar a temperatura corporal do atleta.
Outra mudança está na bola, que conta com um chip interno utilizado para verificar lances, como um gol ou falta, milimetricamente. Além disso, ela absorve menos água e é mais resistente, mantendo a forma mesmo com grandes impactos.
Na prática, o uso da tecnologia nos esportes vai muito além do futebol. Na esgrima, por exemplo, a espada e o florete possuem um sensor que acende uma luz quando acerta a superfície do uniforme. Tal tecnologia imprime maior precisão a competição, que antes dependia apenas do olhar atento dos juízes.
Análise de desempenho
Por meio de aparelhos de medição é possível verificar o desempenho e a condição física de cada atleta. Um bom exemplo são os coletes usados por jogadores de futebol. Eles se assemelham a tops sendo equipados com GPS e medidor de frequência cardíaca.
O equipamento serve para coletar informações como: distância percorrida, aceleração e desaceleração do atleta, frequência cardíaca e o nível dos impactos sofridos. Todos esses dados servem de base para a equipe técnica e física montarem os treinos, aumentando ou diminuindo a carga de intensidade deles.
Os jogadores da seleção brasileira estão usando um equipamento parecido, porém, bem mais discreto, o Oura Ring. Ele é um anel inteligente com sensores semelhantes aos de um smartwatch, que servem para monitorar frequência cardíaca, desempenho do atleta, temperatura corporal e até a qualidade do sono.
A tecnologia foi usada pelos jogadores da NBA em 2020, no início da pandemia. Os atletas ficaram isolados em Orlando e o anel servia para monitorar possíveis sintomas de COVID-19.
Monitoramento das partidas
Se antes as competições se resumiam apenas a atletas em campo, juízes e árbitros, hoje elas são mediadas por novos elementos.
As câmeras de monitoramento e o árbitro de vídeo, o famoso VAR, ajudam a definir lances difíceis. As partidas contam com sensores na bola e no gol, que mandam uma mensagem direto para os juízes indicando se ela passou ou não da linha.
Transmissão dos jogos
Além dos atletas e técnicos, os espectadores também ganham com o uso da tecnologia nos esportes. Isso porque as transmissões ganharam mais qualidade de imagem e som.
Hoje, os jogos contam com câmeras posicionadas de forma estratégica, possibilitando uma visão diferenciada de toda a partida para quem está no sofá. Além disso, a Copa de 2022 conta pela primeira vez com transmissões online em tempo real.
Quais tecnologias mais usadas nas Copas do Mundo?
Ao contrário do que a maioria pensa, o uso de tecnologia na Copa do Mundo não é um movimento recente, e já vem sendo utilizado há alguns anos. Veja só:
VAR
O Video Assistant Referee ou árbitro de vídeo, em sua tradução, é uma tecnologia já conhecida das partidas de futebol.
Este mecanismo tem como objetivo auxiliar o árbitro em campo em lances polêmicos que exigem uma análise profunda. No entanto, ele só é acionado se o árbitro principal entrar em contato com a Central, uma sala onde há uma equipe monitorando o jogo. A comunicação entre eles ocorre por meio de um ponto eletrônico.
Utilizado pela primeira vez em 2016, na United Soccer League – liga profissional dos EUA –, o VAR foi implementado na Copa do Mundo de 2018 na Rússia e está presente na competição de 2022.
LGT
A sigla se refere à Tecnologia Linha a Gol, um recurso que permite verificar se a bola passou ou não da linha do gol. Ele funciona com o auxílio de câmeras instaladas ao redor do campo, que captam as imagens de cada lance do jogo.
Elas são enviadas em tempo real para os computadores que filtram o árbitro, os jogadores e objetos que podem estar encobrindo a bola. Assim, a tecnologia ajuda a confirmar a posição da bola no momento do lance. Além disso, a bola possui um chip e quando atravessa a linha do gol, o árbitro é imediatamente avisado.
Implantado na Copa do Mundo de 2012, no Japão, a tecnologia auxilia os árbitros em alguns lances mais complexos e evita possíveis erros.
Tira teima
Este é um dos recursos mais antigos no futebol. Muito usado por comentaristas durante as transmissões, esta tecnologia serve para ilustrar se há impedimento ou não em um ataque.
Ele é feito a partir de um congelamento da imagem, e uma linha digitalizada é inserida na tela e mostra se o jogador estava em posição de impedimento ou não.
Uso da tecnologia na Copa do Mundo 2022
A Copa não abriu mão da tecnologia nos esportes, pelo contrário, investiu pesado nela. Desse modo, além das ferramentas já tradicionais (VAR e LGT), o país sede do evento apostou em novas ferramentas que trazem mais precisão na conferência dos lances das partidas.
Confira quais são as tecnologias usadas pelo país árabe na Copa do Mundo de 2022:
Al Rihla
Desde de 1970, o país sede da Copa lança uma bola oficial. Já tivemos algumas icônicas, sendo que a primeira foi a Telstar, usada em dois mundiais (México em 1970 e Alemanha em 1974).
Além dela, outras bolas ficaram famosas, como a Tango (Argentina), Azteca (México), Fevernova (Coreia do Sul/ Japão), Teamgeist (Alemanha), Jabulani (África do Sul), Brazuca (Brasil), Telstar 18 (Rússia) e, atualmente, a Al Rihla, do Catar.
Lançada pela Adidas, o nome dado a ela significa “jornada”, porém a bola ficou conhecida também como “bola conectada”. Isso porque ela possui uma bateria recarregável por indução, que alimenta o sensor presente em seu interior.
Por meio dele, a AL Rihla consegue enviar cerca de 500 informações por segundo ao VAR e evitar erros durante as partidas.
Tecnologia Offside semiautomática (SAOT)
O SAOT ou tecnologia de impedimento automático, em português, é uma evolução do VAR, e visa diminuir o tempo de verificação dos lances.
O sistema conta com 12 câmeras de rastreamento, localizadas na parte superior do estádio, e mais 29 pontos em campo, que coletam dados individuais de cada jogador. Isso ajuda a verificar a posição exata deles, pois são rastreados 50 vezes por segundo.
Essa tecnologia usa Inteligência Artificial e emite um alerta automático em casos de impedimento. Os árbitros de vídeo verificam a imagem e avisam o juiz da partida.
Ambientes climatizados
Situado em território de deserto árido, na península árabe, o Catar possui temperaturas médias em torno de 50 graus célsius. Por isso, 7 dos 8 estádios usados nas partidas possuem o Advanced Cooling Tech, que mantém o ambiente refrigerado.
A tecnologia funciona com o auxílio de um centro de energia, localizado próximo aos estádios. O seu mecanismo envolve o uso de água gelada, conduzida por dutos que levam até pontos próximos aos bancos da arquibancada. Assim, o ar frio é jogado no local. Neste caso de uso, a tecnologia nos esportes garante mais conforto térmico para os torcedores.
Estádios desmontáveis
O estádio 974 deixou de receber jogos, após o fim das oitavas de final. Considerado uma construção sustentável, a estrutura é feita com contêineres e aço reciclável.
Ele leva esse nome devido ao número de contêineres em sua construção, exatamente 974. Foi o único projeto de estádio que dispensou o uso de climatizadores, contando apenas com a ventilação natural, graças à sua localização à beira-mar.
Após ser desativado, o estádio 974 foi inteiramente doado, para que o telhado e as arquibancadas sejam utilizados em parques públicos. Especula-se, ainda, que o restante da estrutura será enviado ao Uruguai, caso ele seja escolhido como país sede da copa em 2030.
Bonocle e Feelix Palm
Uma das grandes inovações do Catar este ano é o uso do Bonocle, uma tecnologia voltada a auxiliar os deficientes visuais. Os lances da partida são capturados e transmitidos a uma plataforma que os traduz para braile. Com o equipamento Feelix Palm, um comunicador de recursos táteis, as informações são transmitidas por meio de impulsos elétricos aos espectadores.
Como vimos até aqui, o uso da tecnologia nos esportes é uma tendência que veio para ficar, já que auxiliar tanto nas partidas quanto em treinos.
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