Na gestão de tecnologia da informação das companhias, além dos desafios relacionados às iniciativas de transformação digital, outra prioridade que requer máxima atenção é o gerenciamento da infraestrutura de hardware e software.

Dentro deste escopo, um dos aspectos mais importantes, que ajuda a manter a conformidade em TI, é o licenciamento de software. 

Na prática, sempre que a empresa investe na licença de software ela protege a sua estrutura, mantendo o time produtivo e evitando inconformidades com a lei

Investir no licenciamento de software pode parecer uma premissa básica para muitos gestores e colaboradores de TI. Porém, nem todas as pessoas têm esse mesmo entendimento. 

Você sabia que os softwares não licenciados representam apenas 37% do total instalado em computadores pessoais?

E tem mais: não são apenas os usuários comuns que deixam de investir em licença de software. Grandes e pequenas empresas também estão em risco, já que muitas delas costumam usar software não licenciado. 

Contudo, é preciso buscar fazer um gerenciamento adequado dos tipos de licença de software. Pois, o uso de um software pirata, além de ser ilegal, pode custar tempo e dinheiro para a companhia, prejudicando a produtividade e a eficiência.

Neste artigo, apresentamos tudo o que você precisa saber sobre licenciamento de software. Boa leitura! 

Afinal, o que é licença de software?

A licença de software é um documento que fornece diretrizes legalmente vinculativas para o uso e distribuição de software. Normalmente ela fornece aos usuários finais o direito a uma ou mais cópias do software sem violar os direitos autorais da empresa desenvolvedora do sistema.

A maioria dos softwares é licenciada e não vendida, o que significa que existem termos que o usuário final deve seguir. Esses termos e condições são frequentemente descritos no Contrato de Licença de Software e geralmente incluem regras e restrições sobre o uso do software, tais como:

  • Tempo de uso da licença do software (por exemplo, 12 meses);
  • Número de instalações permitidas em diferentes computadores;
  • Tipos de uso são permitidos (por exemplo, uso educacional ou comercial);
  • Restrições quanto à engenharia reversa, venda ou a transferência do software.

Por que fazer o licenciamento de software? 

Se você ainda está em dúvida do porquê devemos fazer o licenciamento de software, continue a leitura que a Ingram Micro explicará tudo!

Sem o licenciamento de software, alguém pode comprar o software, fazer engenharia reversa nele e vender como se fosse uma versão original. A empresa criadora perde receita e o usuário final recebe uma cópia ilegítima do software, o que pode levar a problemas de desempenho e ameaças à segurança cibernética. 

Podemos dizer que o licenciamento de software é a única maneira de proteger a propriedade intelectual da empresa desenvolvedora do sistema e assegurar uma ótima experiência para o usuário final.

Se um usuário final violar os termos do contrato de software, ele pode perder o direito de usá-lo ou ser forçado a pagar uma multa.

Para garantir a conformidade na gestão de TI, é importante sempre ler e compreender totalmente os termos da licença do software

Além disso, na hora de buscar o licenciamento do sistema é importante ter em mente o número de usuários que irão, de fato, usar. Assim, você não corre o risco de pagar por licenças que ficarão ociosas. 

4 boas razões para investir na licença de software 

Como vimos até aqui, fugir do software pirata e investir numa solução legítima é a melhor maneira de manter a área de TI em conformidade com os requisitos de qualidade e segurança.

Mas, se você ainda não está convencido disso, apresentamos 4 boas razões que comprovam porque o licenciamento de software é tão relevante para a continuidade do seu negócio. Veja só:

1. Usar software não licenciado é contra a lei

A pirataria de software é considerada crime, já que refere-se ao uso não autorizado, à duplicação e à distribuição de software protegido por direitos autorais, e o uso de software não licenciado expõe sua empresa a riscos legais e financeiros.

Dependendo da gravidade da violação, os proprietários dos direitos autorais podem tomar medidas legais contra você e o governo pode forçá-lo a pagar uma indenização, pois eles também podem buscar a responsabilidade pessoal pelo uso indevido do sistemas. 

E não se engane pensando que as empresas fornecedoras de software não conseguem mapear um software pirata. Essas companhias têm um incentivo financeiro para impor violações de software. 

De acordo com a Business Software Alliance (BSA), as organizações do setor perdem cerca de US$ 46 bilhões por ano devido ao software pirata. Por isso, atualmente, elas já têm ferramentas e serviços que identificam usuários de software não licenciados e ajudam as empresas a recuperar receitas.

2. Proteção contra ameaças à segurança cibernética

Outro motivo para a utilização de software licenciado é a redução do risco de incidentes de segurança cibernética para o uso pessoal ou de sua empresa.

Relatórios mostraram que pessoas e organizações que usam software sem licenciamento geralmente encontram mais malware. Isso porque os cibercriminosos podem pré-instalar ou incorporar malware no software e usá-lo para obter acesso não autorizado às suas informações.
Além disso, a pesquisa da BSA apontou que 68% dos usuários de computador e 48% dos Chiefs Information Officer (CIOs) classificaram o malware entre os três principais motivos para não usar software pirata.

O licenciamento de software reduz as chances de você ou sua empresa sofrerem ataques cibernéticos.

3. A licença de software certa pode fazer com que você economize dinheiro

De acordo com a BSA, consertar problemas com malware de software pirata pode custar mais de US $10.000 por computador infectado. Ao usar um sistema licenciado, você não corre o risco de arcar com essa despesa.

É mais eficiente pagar pelo licenciamento do software, pois, além de seguir a legislação você evita quaisquer problemas futuros.

Também, segundo a pesquisa da BSA, os CIOs relataram o que nós já sabemos: o software pirata é cada vez mais arriscado e caro. O malware de sistemas não licenciados custa às empresas em todo o mundo cerca de US $359 bilhões por ano.

4. Falta de atualização e suporte

Quando as empresas desenvolvedoras de softwares lançam uma atualização crítica ou de reparo de falhas, os indivíduos que possuem software pirata instalado não conseguem autenticar e nem receber os updates.

Isso expõe sua empresa a vulnerabilidades extremas que podem resultar em problemas maiores, como perda ou roubo de dados

Além da falta de suporte, o software pirata não oferece acesso a recursos online de atualização e normalmente apresentam diversos bugs e falhas, que acarretam em travamentos frequentes, comprometendo toda a produtividade da equipe. 

Conheça os principais tipos de licença de software

Agora que lhe explicamos alguns dos motivos para utilizar o licenciamento de software e evitar o uso de software piratas, abaixo trouxemos alguns dos principais tipos de licença de softwares:

1. Licença de domínio público

Este tipo de licença indica que qualquer pessoa pode usar e modificar o software sem restrições. Ou seja, a licença de domínio público permite a adoção do código em aplicativos ou projetos e o reuso do software conforme desejado.

Na prática, é importante ter cuidado ao optar por esse tipo de software em projetos ou aplicativos. Isso porque nem sempre os sistemas de domínio público estão  alinhados às melhores práticas de codificação ou de acordo com os padrões de segurança vigentes.

Existem diferentes tipos de licenças de software. Saiba escolher o que melhor se adequa ao perfil da sua empresa!

2. Licença de software GNU / LGPL 

A GNU Lesser General Public License (LGPL) foi criada pela Free Software Foundation, em 1991.

Este tipo de licença de software permite que o usuário final modifique o programa e incorpore a versão derivada em um produto de software proprietário que pode ser licenciado em seus próprios termos e a seu próprio critério.

Isso contrasta com os termos dos tipos de licença de software GPL, que normalmente exigem que os criadores de trabalhos derivados forneçam o código-fonte gratuitamente.

Os usuários têm a liberdade de manipular o produto. Porém, isso não dá a eles a chance de distribuição pública gratuita e geração de lucros. Ou seja, as alterações nas preferências pessoais são possíveis, mas ainda existem limitações em usá-lo para produtos proprietários ou distribuí-lo.

3. Permissivo

Este tipo de licença é um dos mais comuns e populares entre as licenças de software de código aberto. Também conhecida como “Apache” ou “estilo BSD”. 

Esse licenciamento tem poucas restrições ou requisitos para a distribuição ou modificações do software.

4. Copyleft

Os termos deste tipo de licença de software são restritivos, sendo conhecidos como licenças recíprocas

Sob os termos de uma licença copyleft, o código licenciado pode ser modificado ou distribuído como parte de um projeto de software, desde que o novo código seja distribuído sob a mesma licença de sistema. 

Isso quer dizer que se o código incluído no produto de software é destinado “somente para uso pessoal”, o novo produto deve ter a mesma finalidade/restrição. 

Como o software original incluído no novo projeto permitia modificações e distribuição, esta pode não ser a melhor licença para desenvolvedores de software. Especialmente porque o código resultante também deve conter o tipo de licença copyleft, incluindo a disponibilidade do código-fonte.

5. Licença de software proprietário

Esse é o tipo de licença de software mais restritivo, já que torna o sistema inelegível para cópia, modificação ou distribuição. 

O tipo de licença de software proprietário é o nível máximo de proteção para o desenvolvedor ou proprietário, uma vez que impede o uso não autorizado do software.

6. Licenciamento por Assinatura

O tipo de licenciamento por assinatura vem se destacando cada vez mais, pois permite o acesso às plataformas em nuvem com licenças de software específicas.

Esse tipo de serviço também é denominado por alguns como “tudo como um serviço” (XaaS) é, basicamente, composto por 3 principais modelos de serviços em nuvem:

  • Software como serviço (SaaS);
  • Plataforma como serviço (PaaS);
  • Infraestrutura como serviço (IaaS).
O licenciamento de software por assinatura tem crescido cada vez mais.

Como fazer o licenciamento de software?

O gerenciamento de ativos de software é uma estratégia importante para manter as licenças de software sempre em conformidade com os requisitos dos fornecedores, atendendo também aos padrões de segurança cibernética. 

Mas se você ainda tem dúvidas de como fazer para licenciar seus softwares, veja o passo a passo abaixo:

1. Leia com atenção o EULA

O software proprietário sempre virá com um Contrato de Licença de Usuário Final, também conhecido como EULA. 

Neste contrato é descrito tudo o que você pode fazer com o software e apresenta aos usuários uma série de informações importantes, como:

  • Número de cópias que podem ser instaladas;
  • Software auxiliar que pode ser necessário para operar o sistema;
  • Direitos de uso secundário/doméstico;
  • Quais dados o fabricante pode coletar sobre você e como eles podem usá-los. 

Além disso, é importante observar o prazo da licença, pois assim você pode se programar para fazer a renovação, antes mesmo da licença expirar. 

2. Instalação e ativação do software 

O processo de instalação e ativação do software é simples e a maioria das licenças oferece o passo a passo detalhado para garantir a instalação adequada. 

Uma dica é que você tenha sempre à mão a chave de licença durante a ativação. Normalmente a chave é uma longa sequência de letras e números inseridos durante o processo de ativação para obter acesso total aos recursos do produto.

A maioria dos softwares proprietários exige essa chave para monitorar a conta do usuário por motivos de conformidade.

3. Mantenha a documentação da licença de software atualizada

A manutenção da documentação da licença auxilia diante da necessidade de fazer qualquer alteração no uso do sistema. São aspectos fundamentais da documentação do licenciamento:

  • O nome do produto;
  • Número da versão;
  • Discos de instalação;
  • Manuais;
  • Número de série (SKU);
  • Comprovante de compra;
  • Chave de licença. 

Gerenciar licenças de software é um dos desafios do departamento de TI. Para conduzir a gestão do licenciamento de softwares de maneira eficaz, o ideal é equipar sua empresa com as ferramentas certas: comunicação próxima com fornecedores de software e uma plataforma dinâmica para rastrear suas licenças.

Ao firmar parceria com uma empresa especialista no assunto, você pode assegurar a conformidade com todos os requisitos legais. 
Para gerenciar as licenças de software com sucesso, você pode contar com o suporte da Ingram Micro, autoridade na distribuição de soluções tecnológicas, que oferece a chave para licenciamento de softwares como o Microsoft Office 365.

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Carla Santos

Carla Santos

Diretora Cloud & Soluções Digitais na Ingram Micro Brasil. Conta com formação em Administração de Empresas e mais de 15 anos de experiência no mercado de Distribuição de TI, contribuindo na transformação do ecossistema Software & Cloud.