Com o fechamento do comércio, o Brasil registrou uma queda de 17,0% nas vendas em abril e, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse foi o pior resultado desde a série histórica iniciada em janeiro de 2001. Já em relação a abril de 2019, o volume de vendas do comércio varejista ampliado recuou 27,4%.

Os números refletem o alto impacto causado pelo isolamento social. Ainda assim, o varejo tem sido resiliente e vem superando as dificuldades trazidas pela pandemia. Graças ao investimento na digitalização dos negócios, o setor registra, mês a mês, números mais positivos. Em junho, dados da PMC apontaram um aumento de 8% no volume de vendas em relação a maio.

Nesse contexto, a aceleração do e-commerce e o fortalecimento do varejo digital compõem a estratégia ideal para permanecer competitivo, mesmo em um cenário complexo. Mas, afinal, como repensar a estratégia do varejo físico, digitalizando o negócio e ganhando novos clientes?

Neste artigo, você irá conferir a resposta para algumas perguntas essenciais sobre o varejo digital. Acompanhe.

Varejo digital: oportunidade de ganhar mercado e crescer

Diante da transformação digital e do amplo uso de dispositivos móveis pelos clientes, o e-commerce vem crescendo acima dos 10% nos últimos anos. Veja os números:

Para 2020, a projeção da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) estimava um aumento de 18% no volume de compras, com um faturamento de R$ 106 bilhões.

Contudo, com a pandemia e a intensificação das compras on-line, o crescimento no volume de venda no e-commerce já chegou a 145% somente no primeiro semestre de 2020. O dado consta no estudo Ecommerce na Pandemia, realizado pela plataforma Nuvemshop

Diante do cenário atual, a tendência é que esse número continue crescendo. Com o varejo físico fechado por um longo período, as compras online se tornaram um hábito de consumo. No segundo trimestre de 2020, o Brasil registrou R$ 33 bilhões em vendas online

Além disso, o e-commerce ganhou 5,7 milhões de novos clientes no período — e ainda há muito espaço para crescer. Isso porque, mesmo com o recorde de consumidores e faturamento, o e-commerce atinge apenas 18,2% do total de pessoas com acesso à internet em todo o país.

O cenário do varejo digital tem mudado continuamente.

Milhões de brasileiros já incluíram as compras on-line na rotina e muitos outros ainda irão experimentar as vantagens do e-commerce. Por isso, esse é o momento de investir no varejo digital e explorar o potencial deste modelo que só cresce.

Do varejo físico para o varejo digital

Seja como for, uma coisa é fato: a pandemia acelerou a transformação digital do varejo. Sem a possibilidade de receber os clientes nos espaços físicos, lojistas começaram a pensar em como fortalecer sua atuação, mantendo o relacionamento com o cliente, engajando-o e apresentando ofertas nas plataformas digitais.  

De maneira geral, a transformação digital do varejo tem sido orientada por três etapas fundamentais

Reinvenção

Reinventar-se é o caminho que leva à inovação. Os gestores do varejo não viam a necessidade de repensar processos e formatos porque, na prática, o fluxo da loja funcionava e as vendas eram feitas. 

Contudo, diante do fechamento do comércio e ausência de clientes, foi preciso revisar o fluxo de trabalho e a estrutura do modelo de negócio.

Varejistas começaram a criar uma nova realidade. Uma das iniciativas de destaque é o uso de aplicativos de mensagens pelos vendedores. Durante o isolamento social, foi assim que eles atuaram: orientando os clientes no processo de compra nos canais digitais

Dessa maneira, começou a surgir um modelo híbrido. O cliente conta com o atendimento da loja física e as facilidades do varejo digital.

Aceleração de mudanças

A transformação digital ganhou velocidade e consistência entre os pequenos e grandes varejistas. Diante da necessidade de aperfeiçoar o funcionamento das lojas, eles buscaram ferramentas para otimizar os processos e a comunicação e com o cliente. 

Como resultado, novas soluções surgiram. Foram lançadas várias plataformas de marketplace para pequenos varejistas. Confira três delas: 

(2) Collab 

Lançado pelo grupo Iccom, gestor do Shop2gether e do OQvestir, o martektplace de peças de vestuário visa valorizar a moda nacional. No ecossistema, pequenas marcas independentes podem anunciar seus produtos e prospectar clientes.

Via Varejo Marketplace

A plataforma permite que o lojista comercialize seus produtos nos sites do Extra, do Ponto Frio e da Casas Bahia. Para completar a estratégia, a empresa oferece dois recursos pagos: o Via Varejo ADS e o Fullcommerce, que auxilia na gestão logística. 

Amazon

A companhia lançou uma página com conteúdo pensado para ajudar varejistas a impulsionarem suas vendas, expandindo o negócio dentro do marketplace.

Definição de prioridades

Em um novo contexto, os varejistas priorizaram uma análise mais acurada sobre as demandas classificadas como mais urgentes pelo consumidor. 

Afinal, o que realmente importa para as pessoas? De que maneira é possível facilitar a vida delas e gerar um impacto positivo? 

O exercício de estabelecer prioridades trouxe novas oportunidades para o varejo. Como resultado, uma das tendências de destaque é o aumento do uso das carteiras digitais. Elas devem, inclusive, aparecer nas lojas físicas.

Varejo digital: 4 lições essenciais sobre esse modelo

A tendência de crescimento do varejo digital se confirma no Brasil e no mundo. Em junho, as vendas globais no e-commerce cresceram 28% em relação a junho de 2019. Esse foi o maior aumento nas vendas ano a ano (AoA) desde o início da pandemia de COVID-19.

Os dados são resultado de uma análise feita ACI Worldwide, tomando como base centenas de milhões de transações digitais.  Alguns segmentos tiveram um incremento ainda mais expressivo. Os varejistas de artigos para uso ao ar livre, calçados e artigos esportivos registraram um aumento contínuo de 117% nas vendas.

Diante de uma perspectiva tão positiva, os lojistas precisam planejar a adoção de ferramentas digitais. Além disso, é fundamental incorporar boas práticas que sejam capazes de impulsionar a digitalização do negócio e estreitar o relacionamento com os clientes.

A seguir, apresentamos um conjunto de dicas que podem orientá-lo nesta jornada. Confira:

O digital ganha espaço

Mesmo depois que a pandemia passar, os canais digitais continuarão sendo a preferência de muitos clientes. De acordo com o estudo, O futuro do consumo num cenário pós-Covid-19, realizado pela Social Miner em parceria com a Opinion Box, 62,7% dos entrevistados desejam mesclar suas as compras de mercado/feira, usando tanto o varejo digital como as lojas físicas. Em contrapartida, 10,9% já optaram por consumir apenas pelos canais digitais. 

Comodidade e agilidade 

O cliente se dispõe a pagar mais pela conveniência e pela rapidez na entrega. Fretes mais caros e rápidos são preferência de muitos consumidores. Além disso, lojas e sites com uma ampla variedade de produtos também conquistam os clientes. Afinal, eles desejam resolver tudo em um só lugar.

Cuidado e gentileza

Em um momento de tantas incertezas e angústias, as pessoas buscam acolhimento, atenção e escuta ativa. Por isso, é importante que as marcas priorizem uma experiência que ofereça cuidado. 

Ser gentil é fundamental. Busque treinar o seu time de vendedores e compor uma estratégia de comunicação adequada. Construa uma loja e ambiente amigável. 

Integração entre on e off

o desafio é integrar a experiência da loja física e do ambiente digital. Elas precisam ser complementares. Especialmente na loja física, é necessário criar uma experiência encantadora, que seja capaz de justificar a visita do cliente. 

Como melhorar a experiência de consumo do cliente?

Marcar presença no varejo digital não é mais uma opção para os lojistas que desejam se destacar. Esse é o único caminho viável para se manter competitivo, conquistar novos clientes, aumentar o volume de vendas e expandir os negócios.

Diante do crescimento acelerado do e-commerce, se o varejista não se atualizar será inevitável: ele vai ficar um passo atrás. Agora é hora de investir no varejo digital para avançar, tornando o negócio mais sólido.

Para tanto, o primeiro passo é conhecer as ferramentas digitais e tendências que podem orientar sua jornada rumo à transformação digital. 

Para entregar uma experiência excepcional para o cliente, aposte em tecnologias disruptivas do varejo digital.

Você pode, por exemplo, usar as tecnologias disruptivas e o marketing digital para receber clientes de qualquer lugar do mundo na sua loja online. Ou, então, pode usar os mesmos recursos para levar seus clientes até a loja física. 

Aliás, essa é uma tendência crescente que já ganhou até conceito. A aderência à multicanalidade e à estratégia omnichannel gerou o termo figital. Em outras palavras, essa é a mistura da experiência on-line com a física. A possibilidade de comprar pelo site e retirar na loja é um excelente exemplo desse tipo de prática. 

Case de omnichannel: foco na segurança do cliente

Para manter o volume de vendas, a Endeavour Drinks Group, maior distribuidora de bebidas alcoólicas da Austrália, impulsionou a estratégia de transformação digital aplicando a abordagem omnichannel

A organização conduziu o projeto em etapas, tendo como foco a segurança e bem-estar dos clientes e colaboradores, a acessibilidade e a relevância.

Depois do mapeamento das reais demandas da população, a empresa criou três soluções:

  • Serviço de delivery;
  • Aplicativo para compras na loja física;
  • Retirada de produtos sem que o cliente precise descer do carro, evitando ao máximo o contato humano. 

Ou seja, tudo foi pensado para oferecer uma excelente experiência de compra para o cliente. Esse é o principal desafio do varejo: atender a demanda das pessoas e encantá-las, aumentando o engajamento e a fidelização do consumidor. 

Soluções tecnológicas para o varejo digital

Além de construir uma estratégia omnichannel, é importante que os gestores do varejo busquem contar com outras soluções tecnológicas. Elas podem otimizar os processos, facilitando a compra do cliente e a gestão interna da loja.

Por isso, selecionamos quatro ferramentas valiosas para o varejo digital e físico:

Cloud computing

Se você ainda armazena os dados da loja em um servidor interno, saiba que é possível ir além. Com a computação em nuvem, as informações ficam guardadas em um ambiente virtual e seguro, garantindo a disponibilidade, confiabilidade e integridade dos dados. Assim, você pode ficar muito mais tranquilo, sabendo que o histórico de funcionamento da loja está a salvo.

Heatmapper

Para identificar o comportamento do consumidor, os heat maps — mapas de calor — são excelentes. Eles identificam os pontos dos sites que despertam maior atenção dos clientes. Nas lojas físicas, a tecnologia também vem sendo aplicada. 

A lógica do sistema é simples: a partir das imagens capturadas pelas câmeras, o software faz a análise de calor, apontando as áreas mais visitadas. Com essas informações, é possível melhorar a experiência do cliente.

Ampliação das opções de pagamento

Essa solução é indispensável se você deseja conquistar novos clientes. Cada vez mais, as pessoas buscam por flexibilidade nas formas de pagamento. Especialmente para bens de consumo duráveis, oferecer a opção de parcelamento estendido – em até 60 meses – é uma maneira de facilitar a aquisição. 

Gestão fiscal automatizada 

Com o crescente número de vendas no varejo digital e nas lojas físicas, a automação de processos garante mais produtividade para o seu time. A emissão de notas fiscais, por exemplo, pode ser feita automaticamente. Além disso, é possível consultar e baixar esses documentos a qualquer hora.

A Ingram Micro Brasil oferece uma série de tecnologias capazes de impulsionar o varejo digital e físico. Quer conhecer essas soluções? Entre em contato com nossos consultores! 

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Paulo Renato Fernandes

Paulo Renato Fernandes

Diretor de Vendas e Commercial & Consumer da Ingram Micro Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),pós-graduado em Administração de Empresas pela UNIP e em Marketing pela ESPM, atua há mais de 34 anos no segmento de TI. Sempre esteve em cargos de direção e gestão, e possui experiência em empresas como Tech Data, Symantec e Lenovo, incluindo Brasil e América Latina. Nos últimos anos, trabalhou como mentor de negócios para Tech Startups, sendo membro do grupo “Anjos do Brasil” e também membro do Conselho Brasileiro de Canais de TI (Canal Direto).