O aumento das vulnerabilidades em aplicações web e o impacto de ataques cibernéticos nas empresas se tornaram preocupações crescentes na atualidade. Em um cenário onde dados confidenciais estão em jogo, testar a segurança de aplicações é indispensável. Nesse contexto, o DAST (Dynamic Application Security Testing) surge como uma ferramenta essencial de proteção contra ameaças. 

Neste artigo, exploraremos o que é esse teste, como ele funciona, sua importância e as vantagens que oferece para as empresas. Veja:

O que é DAST?

DAST, ou Teste Dinâmico de Segurança de Aplicações, é uma abordagem de teste focada na identificação de vulnerabilidades em aplicações em tempo de execução. Sua principal característica é o enfoque na avaliação da segurança de sistemas enquanto eles estão sendo utilizados, em vez de analisar o código-fonte (como é feito no SAST – Static Application Security Testing).

Como funciona?

O funcionamento do DAST envolve três etapas cruciais: análise dinâmica em tempo de execução, simulação de ataque e coleta e análise de resultados. Vulnerabilidades comuns que podem ser detectadas usando esse tipo de teste incluem:

  • SQL Injection: exploração de bancos de dados através de solicitações maliciosas que manipulam consultas SQL;
  • Cross-Site Scripting (XSS): inserção de scripts maliciosos no navegador de usuários, permitindo roubo de informações;
  • Erro de configuração de autenticação: uso de senhas fracas ou configurações incorretas de login, que podem ser facilmente exploradas;
  • Falhas em APIs: exploração de endpoints mal protegidos em sistemas interconectados, expondo dados sensíveis.

A seguir, explicamos melhor sobre suas fases principais:

  1. Análise dinâmica em tempo de execução 

Sua primeira ação é testar as aplicações enquanto estão em funcionamento, simulando comportamentos reais de usuários externos. Dessa forma, a análise se concentra em como a aplicação opera no ambiente real.

  1. Simulação de ataque 

Durante os testes, a ferramenta DAST age como um hacker, enviando solicitações maliciosas à aplicação e observando suas respostas. Essa simulação ajuda a identificar como a aplicação se comporta sob condições perigosas.

  1. Coleta e análise de resultados 

À medida que os testes são realizados, as ferramentas coletam dados sobre as vulnerabilidades identificadas, como XSS (cross-site scripting), SQL Injection e exposições de autenticação. Esses dados são posteriormente analisados para determinar as falhas de segurança.

Qual sua importância?

O DAST desempenha um papel vital na identificação de vulnerabilidades à medida que a aplicação é utilizada, permitindo que as empresas corrijam falhas antes que elas sejam descobertas por um invasor.

Sua aplicação ativa durante o funcionamento da aplicação é fundamental para a segurança, complementando outras estratégias de segurança de software, como controles preventivos internos e testes manuais – proporcionando uma abordagem mais abrangente e eficaz.

Além disso, sua relevância também se estende ao contexto de compliance com regulamentação, como GDPR, LGPD e PCI-DSS. Estas normas exigem práticas robustas de segurança, e a utilização de ferramentas como essa é essencial para garantir que estejam em conformidade com tais requisitos.

Vantagens do DAST

As vantagens do uso do DAST são significativas e incluem a identificação de vulnerabilidades, agilidade sem acesso ao código-fonte e segurança contínua. Entenda:

  1. Identificação de vulnerabilidades no comportamento real da aplicação: ele foca no que o usuário (ou invasor) acessa, analisando endpoints, APIs e interações externas de maneira prática e realista;
  2. Agilidade sem acesso ao código-fonte: mesmo quando o código-fonte não está disponível, seus recursos podem ser aplicados, facilitando a implementação em sistemas legados ou parcerias externas;
  3. Segurança contínua em ciclos de desenvolvimento ágeis: as ferramentas de podem ser integradas a pipelines DevOps, garantindo que testes dinâmicos sejam realizados em cada nova versão da aplicação.

Desafios da aplicação

Apesar de suas vantagens, o uso desse teste dinâmico  também apresenta alguns desafios que devem ser considerados, como quando seu sistema não encontra o local exato de uma vulnerabilidade no código, apontando falhas mas não oferecendo sempre a localização precisa no código para correção.

Além disso, a necessidade de conhecimento de segurança para interpretar relatórios também pode representar um problema, uma vez que os resultados dos testes podem ser complexos, exigindo uma equipe capacitada para implementar as correções adequadas.

Por fim, o teste pode ser demorado. Isso porque, dependendo da complexidade da aplicação, o processo de teste pode levar tempo, o que pode impactar o cronograma de desenvolvimento.

Qual a diferença entre SAST e DAST?

Enquanto o Dynamic Application Security Testing se concentra na análise dinâmica do comportamento da aplicação em execução, o SAST (Static Application Security Testing) foca na análise estática do código-fonte. Ele permite identificar vulnerabilidades antes do software ser executado, examinando a estrutura do código e buscando por falhas conhecidas.

Forme uma estratégia integrada

A combinação com o SAST forma uma estratégia integrada de segurança, frequentemente chamada de IAST (Interactive Application Security Testing). Utilizar ambas as abordagens possibilita uma análise mais abrangente e eficaz, garantindo que tanto a implementação quanto a execução do código sejam seguras.

Como escolher a melhor solução de DAST para sua empresa?

Ao selecionar uma ferramenta de Dynamic Application Security Testing, considere fatores como a facilidade de integração no pipeline de desenvolvimento, usabilidade, suporte técnico, custo-benefício e compatibilidade com diferentes linguagens de desenvolvimento. Essas características são essenciais para garantir que a ferramenta escolhida atenda às necessidades específicas da sua empresa.

Como implementar?

Para adotar o Dynamic Application Security Testing de maneira eficaz, pode ser válido seguir os seguintes passos:

  1. Escolha uma ferramenta confiável: pesquise e selecione uma ferramenta com boas recomendações e suporte;
  1. Planeje testes: defina um cronograma para realizar testes regulares durante o ciclo de desenvolvimento;
  1. Corrija as vulnerabilidades: estabeleça um processo para remediar as falhas identificadas o mais rápido possível.

O futuro dos testes dinâmicos de segurança

Tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, estão potencializando as ferramentas de Dynamic Application Security Testing, tornando-as mais eficazes na detecção de anomalias. À medida que o uso de APIs e aplicações baseadas em contêineres cresce, esse teste deve se adaptar para continuar sendo uma ferramenta relevante e crítica na segurança das aplicações.

Em resumo, o Dynamic Application Security Testing é uma ferramenta indispensável para organizações que buscam proteger suas aplicações de ameaças reais. Ao identificar vulnerabilidades durante o funcionamento da aplicação, ele garante a conformidade com regulamentos de segurança e melhora a segurança de sistemas. 

Sua implementação é fundamental para proporcionar desempenho e confiança aos clientes, refletindo sua relevância no cenário de segurança de aplicações atual.

Para mais informações e artigos sobre segurança digital, continue conferindo os conteúdos do Blog Ingram!

Este artigo foi útil?

Você já votou neste post

Tags

Alexandre Nakano

Alexandre Nakano

Diretor de Segurança e Networking da Ingram Micro Brasil. A frente da diretoria de novos negócios para a área de Enterprise, Colaboração e Cybersec na Ingram Micro Brasil, possui mais de 20 anos no mercado de tecnologia e esteve sempre em cargos de gestão e direção de vendas em grandes empresas do setor de TI. Tem, em seu currículo, passagem por empresas como Cisco Systems, Cyclades/Avocent, Westcon/Comstor e Scansource/Network1. Além da experiência profissional, traz na bagagem acadêmica dois MBAs executivos, o primeiro em gestão corporativa pela FGV, o segundo em finanças, pelo Insper, além da graduação em Engenharia Eletrônica.