A backpropagation é um algoritmo fundamental no treinamento de redes neurais, permitindo que esses modelos aprendam a partir de dados. Ela ajusta os pesos de forma eficiente, minimizando o erro entre a saída prevista e a saída desejada. Assim, faz com que a rede aprenda padrões complexos nos dados.

Neste artigo, vamos explorar como ela funciona, sua importância no campo da inteligência artificial e suas aplicações no mundo real. Acompanhe!

O que é backpropagation? 

A backpropagation conta com dois principais processos: a propagação de dados pela rede e o cálculo de ajustes de pesos – realizado pelo erro entre a saída prevista e a desejada.

Como comentamos acima, a backpropagation (ou retropropagação em português) é um algoritmo fundamental no treinamento de redes neurais artificiais. Ela funciona ajustando os pesos internos da rede, com o objetivo de minimizar o erro entre a saída prevista e a saída desejada.

Esse ajuste é feito de forma interativa, propagando o erro de volta pelas camadas da rede, da saída para a entrada, e permitindo que a rede aprenda a partir dos dados.

Como funciona a backpropagation?

A backpropagation funciona em duas principais etapas: a propagação para frente, (onde os dados passam pela rede e geram uma saída) e a propagação para trás (onde o erro entre a saída prevista e a desejada é calculado, sendo utilizado para ajustar os pesos da rede). Explicamos este processo em detalhes a seguir:

  1. Forward pass 

O primeiro passo do processo é o forward pass. Durante essa fase, os dados de entrada são passados pela rede neural, camada por camada, até que uma saída seja gerada. 

Cada neurônio aplica uma função de ativação aos dados que recebe, transformando-os antes de passá-los para a próxima camada. Então, o resultado é a previsão da rede.

  1. Cálculo do erro 

Após a previsão ser feita, o próximo passo é calcular o erro. Aqui, o que chamamos de “erro” é a diferença entre a saída prevista pela rede e a saída real (ou desejada). 

Essa diferença é quantificada usando uma função de custo, que pode ser, por exemplo, o erro quadrático médio. O objetivo do treinamento, então, é minimizar esse tipo de erro.

  1. Backward pass 

Com o erro calculado, o algoritmo inicia o backward pass. Nesse estágio, o erro é propagado de volta pela rede, começando pela camada de saída e indo em direção à camada de entrada. 

Durante essa fase, o gradiente do erro em relação a cada peso da rede será calculado, utilizando a regra da cadeia da derivada. Este passo é essencial para que a rede entenda como cada peso contribui para o erro total.

  1. Atualização dos pesos 

Finalmente, os pesos são ajustados com base nos gradientes calculados. O ajuste é feito usando um método chamado gradiente descendente, que atualiza estes pesos na direção oposta ao gradiente do erro. 

A magnitude dessa atualização, então, é controlada por um parâmetro chamado de ”taxa de aprendizado”. A partir dela, um valor muito alto pode fazer com que a rede não converja, enquanto um valor muito baixo pode resultar em um treinamento muito lento.

A Importância dos erros

A backpropagation conta com o papel essencial dos erros e feedbacks em tempo real

Como você pode já ter percebido até aqui, os erros são cruciais para a otimização em redes neurais. Eles fornecem feedbacks sobre quão bem a rede está se saindo e onde precisa melhorar – informação essencial para que a rede possa ajustar seus pesos. Portanto, podemos considerar que, no cenário da backpropagation, um erro é uma medida essencial que guia o processo de aprendizado. 

Além do mais, a análise do erro também permite identificar se a rede está sofrendo de problemas como overfitting (quando a rede se ajusta demais aos dados de treinamento) ou underfitting (quando a rede não consegue capturar a complexidade dos dados).

Por que a backpropagation é importante?

A retroprogramação é um dos pilares do aprendizado profundo, representando um impacto significativo na forma como as máquinas, de fato, aprendem. Por isso, essa técnica é amplamente utilizada em diversas áreas da tecnologia — desde reconhecimento de imagens e fala até tradução automática e previsão de séries temporais, por exemplo. 

Além disso, é a base para o treinamento de muitas arquiteturas de redes neurais, tornando-a ferramenta essencial para o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial. Nos tópicos seguintes, exploramos esta importância em mais detalhes:

  1. A base do Deep Learning

O algoritmo de back propagation é essencial para o treinamento de redes neurais profundas que possuem múltiplas camadas. Essas redes, conhecidas como redes DNNs, são capazes de aprender representações complexas dos dados. 

Por isso, sem ela, o treinamento dessas redes seria ineficiente e demorado, tornando impraticável o uso de redes com muitas camadas.

  1. Treinando redes neurais 

A backpropagation permite que as redes neurais aprendam de forma mais rápida e eficiente, ajustando os pesos de maneira precisa. Isso resulta em modelos que podem generalizar melhor para novos dados, viabilizando também o treinamento em grandes conjuntos de dados (o que é essencial em aplicações modernas de inteligência artificial, por exemplo).

  1. Impacto na Inteligência Artificial

A retroprogramação também revolucionou a inteligência artificial, permitindo avanços em áreas como o reconhecimento de imagens e o processamento de linguagem natural. Por isso, sua capacidade de otimizar redes neurais é fundamental para o desenvolvimento de sistemas inteligentes. 

Além do mais, a retroprogramação também é uma das razões pelas quais o aprendizado profundo se tornou tão popular: ela possibilita a criação de modelos que superam as abordagens tradicionais, e isso se aplica a uma gama variada de tarefas.

Aplicações práticas

A retroprogramação é amplamente utilizada para o reconhecimento de imagens com rapidez e precisão.

A backpropagation tem uma ampla gama de aplicações práticas que impactam nosso dia a dia, como o reconhecimento de imagens, o processamento de linguagem neural e a atuação em veículos autônomos. Entenda melhor sobre as principais a seguir:

Reconhecimento de imagens

Uma das aplicações mais conhecidas da retro programação é no reconhecimento de imagens. Redes neurais convolucionais (CNNs) utilizam esse algoritmo para identificar objetos em fotos, pois eles são projetados para capturar padrões espaciais e hierárquicos nas figuras. 

Assim, permitem que sistemas de segurança, redes sociais e plataformas de e-commerce reconheçam e classifiquem qualquer tipo de elemento visual com alta precisão.

Processamento de linguagem natural

No processamento de linguagem natural (PLN), a backpropagation é utilizada para treinar modelos que entendem e geram texto. Isso é essencial para recursos como:

  • Assistentes virtuais;
  • Tradutores automáticos; 
  • Chatbots

Modelos como o BERT e o GPT, que são baseados em redes neurais profundas, dependem da backpropagation para aprender a partir de grandes volumes de texto, compreendendo contextos e nuances da linguagem humana.

Veículos Autônomos

Veículos autônomos também dependem de redes neurais para interpretar dados de sensores e tomar decisões em tempo real. Nesse sentido, a capacidade da retro programação de processar informações de forma rápida e precisa é fundamental para treinar esses modelos, garantindo que eles aprendam a navegar com segurança mesmo em ambientes complexos. 

Como você conferiu ao longo deste artigo, a backpropagation é um componente essencial no treinamento de redes neurais, permitindo que esses modelos aprendam de forma eficiente e eficaz. 

Sua importância se reflete em diversas aplicações no mundo real, e compreender esse algoritmo é fundamental para quem deseja se aprofundar no campo da inteligência artificial e do aprendizado profundo. 

Assim, sua evolução contínua e suas variações prometem ainda mais avanços na capacidade das máquinas de aprender e se adaptar ao nosso mundo em constante mudança, e manter-se atualizado sobre o assunto pode ser fundamental.

Para continuar entendendo sobre as diversas vertentes deste tema, acesse os novos conteúdos publicados aqui no Blog Ingram!

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Roberto Gero

Roberto Gero

Diretor de Produtos e Advanced Computing da Ingram Micro Brasil. Formado em Engenharia Mecânica, com MBA Executivo pela FIA/USP – Fundação Instituto de Administração. Desde 2017, trabalha como Diretor de Soluções Avançadas na Ingram Micro Brasil; com mais de 25 anos em áreas de negócios de TI, passou por diferentes posições em Canais e Fabricantes, incluindo IBM, Oracle e Ingram Micro.