Nos dias de hoje, as ameaças cibernéticas estão se tornando cada vez mais sofisticadas, desafiando empresas a reimaginar suas estratégias. Com o aumento das brechas de segurança, o CTEM surge como uma solução inovadora e essencial para lidar com essas solicitações emergentes. 

O Gerenciamento de Exposição Contínua a Ameaças refere-se a um conjunto de práticas e estratégias para monitorar, identificar, e mitigar ameaças contínuas à segurança de sistemas e informações, representando um papel vital para que as empresas adotem abordagens que não apenas identificam falhas pontuais em seu sistema, mas proporcionam uma visão contínua e uma avaliação precisa das exposições a ameaças.

Neste artigo, vamos desmistificar o conceito de CTEM, apresentando sua importância e funcionamento em um mundo onde a cibersegurança é fundamental. Acompanhe!

O que é CTEM?

CTEM é a sigla para “Continuous Threat Exposure Management”, ou Gerenciamento de Exposição Contínua a Ameaças. Ela representa uma estratégia que vai além da simples identificação de falhas, integrando a cibersegurança à estratégia de negócios de forma dinâmica e adaptativa, além de promover uma proteção eficaz contra os riscos, abordando as vulnerabilidades existentes e preparando as empresas para as novas ameaças (que, como comentamos, estão sempre surgindo).

Essa abordagem cíclica permite que as empresas respondam rapidamente às ameaças emergentes, adaptando suas estratégias para permanecer à frente das ações de atacantes. O CTEM é, portanto, uma resposta inovadora para a necessidade crescente de uma infraestrutura de segurança mais robusta e integrada.

Como funciona?

O funcionamento do Continuous Threat Exposure Management acontece em etapas cíclicas, que garantem um gerenciamento contínuo. Confira cada uma delas:

  1. Identificação de ameaças: 

O primeiro passo do CTEM envolve a vigilância constante de ameaças emergentes e potenciais vulnerabilidades. Este processo é impulsionado por tecnologias de inteligência artificial e análise preditiva, permitindo que as empresas estejam sempre atualizadas sobre os riscos mais recentes. Isso inclui inteligência de segurança de terceiros,  relatórios de vulnerabilidades, feeds de notícias sobre cibersegurança e dados de redes internas. 

Algoritmos de aprendizado de máquina são empregados para analisar esses dados, detectar padrões e identificar comportamentos anômalos. Assim, as ferramentas de varredura de rede e sistemas de detecção de intrusão (IDS) são utilizados para monitorar atividades em tempo real, enquanto assessorias se concentram em testes de penetração e avaliações de segurança para descobrir vulnerabilidades potenciais.

  1. Avaliação da exposição: 

Uma vez que as ameaças são identificadas, as organizações precisam avaliar sua exposição. Isso envolve identificar todos os ativos digitais, como servidores, aplicativos e dados, e como eles estão interconectados. Durante esta etapa, a organização realiza um inventário detalhado dos ativos e categoriza-os conforme sua criticidade e função operacional. 

Esta etapa geralmente envolve a utilização de ferramentas de gerenciamento de ativos, que catalogam cada componente da infraestrutura. Em seguida, são aplicadas análises de mapeamento de rede e diagramas de arquitetura para identificar interdependências e como as falhas em um sistema podem afetar outros. 

A análise de risco é então realizada, onde cada ativo é avaliado quanto a sua vulnerabilidade e a probabilidade de sofrer um ataque, levando em conta dados históricos e simulações.

  1. Priorizar os riscos 

Aqui, as empresas classificam as ameaças com base no impacto potencial e na probabilidade de ocorrência, focando nas mais críticas. Essa priorização é um importante passo para direcionar recursos limitados de forma eficaz, e inclui a aplicação de metodologias de avaliação de risco, como a matriz de riscos ou a análise de impacto nos negócios (BIA). 

Primeiro, os riscos são classificados em categorias, geralmente utilizando escalas quantitativas, como baixa, média e alta. Em seguida, utiliza-se a avaliação qualitativa, onde entrevistas com partes interessadas e workshops de análise fornecem insights sobre possíveis impactos financeiros e operacionais. 

As informações coletadas são, então, inseridas em ferramentas de gestão de riscos, que facilitam a visualização das prioridades e ajudam na formulação de um plano de ação focado nos riscos mais críticos.

  1. Remediação contínua: 

Após priorizar os riscos, o próximo passo é implementar soluções e ações de mitigação em resposta aos riscos identificados. Isso deve ser um esforço contínuo, com atualizações regulares para se adaptar a novas ameaças. Neste processo, cada risco priorizado é atribuído a um responsável que desenvolve um plano de ação detalhado. O plano pode incluir etapas como:

  • A aplicação de patches em sistemas vulneráveis;
  • A reestruturação de políticas de acesso;
  • A realização de treinamentos para usuários. 

Ferramentas de gestão de segurança, como sistemas de informações e eventos de segurança (SIEM), são integradas para verificar a eficácia das ações e, por fim, a implementação é seguida por uma análise de conformidade, que tem o objetivo de verificar se as medidas tomadas atendem às normas de segurança estabelecidas.

  1. Feedback e reavaliação: 

Esse último passo envolve coletar informações sobre a eficácia das ações implementadas e realizar ajustes conforme necessário, pois a retroalimentação constante garante que as estratégias de segurança evoluam para lidar com as situações mais complexas.

Aqui, as ferramentas de monitoramento coletam dados sobre os incidentes de segurança, permitindo avaliações detalhadas dos eventos. Então, são conduzidas revisões pós-incidente para entender o que aconteceu, como foi respondido e quais áreas podem ser aprimoradas. 

Esses resultados são documentados e apresentados em reuniões de revisão para todas as partes interessadas, informando os ajustes necessários nas políticas e estratégias de segurança para garantir melhorias contínuas.

Por que o CTEM é importante?

Em um ambiente de TI que se torna cada vez mais dinâmico e complexo, onde o uso de múltiplos provedores de nuvem e o trabalho remoto são comuns, o CTEM se torna essencial. Isso porque ele consegue melhorar significativamente a defesa cibernética, reduzindo as janelas de exposição a vulnerabilidades que podem ser exploradas por atacantes.

Além disso, também ajuda as empresas a evitar gastos excessivos em segurança: em vez de investir em soluções genéricas, os recursos são direcionados para as áreas críticas onde há maior impacto e necessidade. Assim, pode ser mais eficiente e econômico proteger os sistemas com base em uma avaliação contínua de riscos.

E quais benefícios oferece?

Implementar o CTEM revela várias vantagens, como:

  • Visibilidade contínua da superfície de ataque: permite que as organizações tenham uma noção clara de onde estão suas vulnerabilidades em tempo real. Com a tecnologia certa, é possível identificar e isolar rapidamente possíveis pontos fracos antes que sejam explorados;
  • Priorizar riscos orientada por contexto: cada risco é avaliado com base no seu impacto potencial, otimizando as ações de segurança. Isso significa que as equipes de segurança podem se concentrar nas ameaças que realmente importam, ao invés de dispersar seus esforços em áreas de baixo risco;
  • Integração com frameworks ágeis: ele se adapta facilmente a metodologias ágeis, promovendo uma abordagem flexível e proativa. Isso é vital em um mundo onde as empresas precisam ser adaptáveis, especialmente ao desenvolver novas soluções e serviços;
  • Capacidade de adaptação: à medida que o cenário de ameaças evolui, o CTEM permite que as organizações se adaptem rapidamente, garantindo que suas defesas estejam sempre um passo à frente;
  • Redução de gastos: com uma abordagem focada em riscos e uma melhor alocação de recursos, as empresas podem reduzir gastos excessivos associados a soluções de segurança desnecessárias ou redundantes.

Como implementar o CTEM?

A implementação do CTEM pode ser realizada em etapas simples, que vão desde o mapeamento de seus ativos digitais até a revisão contínua das práticas de segurança. A seguir, apresentamos um guia prático para essa implementação:

  1. Rastrear ativos: faça um mapeamento completo dos ativos digitais e suas interações. Isso inclui servidores, aplicativos, dispositivos de armazenamento e qualquer outro componente que possa estar vulnerável;
  2. Monitorar as ameaças: estabeleça um sistema de monitoramento para identificar ameaças em tempo real. Este passo pode envolver ferramentas de detecção de intrusões e soluções baseadas em inteligência artificial, por exemplo, que ajudam a prever ataques
  3. Analisar riscos: realize uma avaliação regular das vulnerabilidades e potenciais riscos a que sua empresa está exposta através de testes de penetração e auditorias de segurança regulares;
  4. Desenvolver um plano de remediação: crie um plano de ação que detalhe como responder a diferentes tipos de ameaças. Esse plano deve ser claro e incluir responsabilidades gerais para as necessidades da empresa;
  5. Revisar e ajustar: periodicamente, revise sua estratégia e faça os ajustes necessários com base nas novas informações e demandas do mercado. Estar sempre atento às novas tecnologias e práticas recomendadas no campo da cibersegurança é muito importante!

Como o CTEM se diferencia de outras práticas de segurança?

O CTEM se destaca em comparação com abordagens tradicionais, que muitas vezes são pontuais e focadas em momentos específicos. Enquanto o Penetration Testing se concentra em simular ataques para identificar vulnerabilidades, e o Vulnerability Management tenta identificar e corrigir falhas já conhecidas, o CTEM adota uma abordagem contínua. 

Ele visa gerenciar proativamente a exposição a ameaças ao longo do tempo, adaptando-se às mudanças do ambiente e às novas ameaças e, ao contrário das metodologias anteriores, que podem ser limitadas em sua eficácia devido à falta de uma visão holística, o CTEM fornece uma estrutura abrangente que integra vários aspectos das operações de segurança. Assim, permite que as organizações não apenas respondam a incidentes, mas também previnam sua ocorrência desde o início.

A implementação do CTEM é uma responsabilidade que as empresas têm para com seus stakeholders, clientes e a sociedade em geral e,  em um mundo digital interconectado, garantir a segurança cibernética é um componente essencial da integridade e sucesso de uma organização. 

Portanto, refletir sobre a abordagem de proteção da sua empresa pode fazer toda a diferença na luta contra as ameaças cibernéticas que estão sempre à espreita. E com soluções de ponta na área de cibersegurança, a Ingram Micro pode ajudar a sua empresa a se proteger dos impactos provocados por essas ameaças! Acesse nosso site e conheça o portfólio completo!

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Alexandre Nakano

Alexandre Nakano

Diretor de Segurança e Networking da Ingram Micro Brasil. A frente da diretoria de novos negócios para a área de Enterprise, Colaboração e Cybersec na Ingram Micro Brasil, possui mais de 20 anos no mercado de tecnologia e esteve sempre em cargos de gestão e direção de vendas em grandes empresas do setor de TI. Tem, em seu currículo, passagem por empresas como Cisco Systems, Cyclades/Avocent, Westcon/Comstor e Scansource/Network1. Além da experiência profissional, traz na bagagem acadêmica dois MBAs executivos, o primeiro em gestão corporativa pela FGV, o segundo em finanças, pelo Insper, além da graduação em Engenharia Eletrônica.